Blog do Paulo Schiff

Ideias e Opiniões sobre o cotidiano.

O ano do Peixe

Diego Cardoso, Artilheiro!

Diego Cardoso, Artilheiro!

 

A vitória sobre o Bahia por 3 a zero, nesta quinta-feira (14 de novembro)

, mostrou um Santos do jeito que a torcida gosta:

1) Mais leve e criativo.

2) Com jogadores da base em campo – Gustavo Henrique, Émerson, Alison ou Alan Santos e Geuvânio.

Futebol ofensivo e jogadores formados na Vila estão impregnados na tradição do Santos.

Neste ano, o clube enfrentou problemas que culminaram na desastrosa goleada para o Barcelona por 8 a zero e teve de ajustar o time durante o dificílimo Campeonato Brasileiro com um treinador promovido das divisões de base. Base, aliás, que  também abasteceu o elenco.

O resultado não chega a ser auspicioso, entusiasmante. Mas também está longe de ser desanimador ou desprezível.

Será que algum outro grande clube brasileiro teria obtido resultado equivalente nessas condições?

O time principal ganhou uma formação básica sólida que precisa de reforços pontuais para consolidar a tendência de se mostrar competitivo que já vem mostrando em alguns jogos. A principal deficiência é a de um atacante com presença na área.

Algumas contratações bem feitas contribuíram para esse resultado: Cicinho, Mena, Montillo, Tiago Ribeiro. Outras não foram bem-sucedidas e chegaram a irritar o torcedor: Marcos Assunção, Renato Abreu, Everton Costa e William José.  

A formação de um elenco que dê opções ao treinador de 2014 também não é tão complicada já que um número grande de atletas do sub-20 e até do sub-17 deve estar “maturado” para essa temporada. Jubal, Emerson, Lucas Otávio, Leandrinho, Léo Citadini, Pedro Castro, Gabigol, Zé Carlos e talvez o artilheiro Diego Cardoso são alguns exemplos.

Num ano em que o time principal não brilhou, a base deu algumas alegrias e esperanças ao torcedor.

O sub-20 conquistou a Copa São Paulo em janeiro depois de quase 30 anos e está pela primeira vez na final da Copa do Brasil. Vai disputar a Libertadores no ano que vem. O sub-17 está na final do Paulista. O sub-11 é tricampeão estadual.

Aparentemente nenhum super-craque como Neymar está sendo formado. Mas sempre é bom lembrar que cada vez mais campeonatos são conquistados pelo conjunto e cada vez menos pelas individualidades.

prschiff@uol.com.br

Crises para todos os gostos

Prefeitos na berlinda...

Prefeitos na berlinda…

O prefeito Bili, de São Vicente, em dois meses já perdeu dois membros da equipe de primeiro escalão. No caso da secretaria de Saúde, ele mesmo resolveu assumir a função de secretário ainda que por um prazo máximo de um mês.

Em Santos, nesses mesmos dois meses, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa já enfrentou pelo menos três mega-problemas:

  1. Vazamento de uma gravação da Operação Porto Seguro em que ele conversa com o empresário César Floriano.

  2. Quatro mortes num trágico acidente com um carro alegórico da Escola de Samba Sangue Jovem durante o desfile oficial de carnaval da cidade.

  3. Acusações ao ex-secretário estadual da Educação no governo Alckmin anterior, Gabriel Chalita, que respingam nele como secretário-adjunto.

A prefeita de Cubatão, Marcia Rosa, também tem um início de segundo mandato turbulento por conta de uma inundação gigantesca que deixou centenas de famílias desalojadas e desabrigadas e milhares de pessoas diretamente afetadas. Isso sem falar dos problemas de fluxo de caixa que enfrenta desde o segundo semestre do ano passado, em função da violenta queda de arrecadação que afeta todos os municípios industriais do Brasil.

E em Guarujá a prefeita Antonieta, também reeleita, enfrenta problemas com os caminhoneiros que obstruíram as entradas do terminal da Santos-Brasil e provocaram um pandemônio que paralisou por vários dias desde a Rodovia Dom Domênico Rangoni até avenidas fundamentais para os sistema viário da cidade como, por exemplo, a Santos Dumont em Vicente de Carvalho.

Se for somada a esse conjunto de problemas a epidemia de dengue que se apresenta neste ano como uma assombração pela estréia na região do vírus tipo 4, contra o qual ninguém ainda tem imunidade…

A crise é a oportunidade para buscar novas soluções e usar a criatividade. Também é o momento das oposições políticas mostrarem grandeza e ajudar na busca dessas soluções.

Mas você, leitora / leitor, está vendo algum sinalzinho dessa criatividade e dessa grandeza?

A dengue e a Aids

É tempo de radicalização. De julgamentos sumários. E o pior: conduzidos por conhecimentos superficiais. Uma olhada numa manchete de internet é suficiente para quem alguém forme um juízo de outro alguém. Bandido. Canalha. Safado.

Nesse tipo de julgamento, o direito de defesa não é respeitado. O internauta não tem paciência de chegar até o ponto em que o acusado coloca os argumentos. O leitor de jornal também não chega até o fim da notícia. E o telespectador ou ouvinte já acompanha a sonora dele com o juízo formado.

Prefeitos e secretários de saúde são sumariamente considerados responsáveis pela dengue. “Não fazem nada”. É como se as campanhas de conscientização não tivessem sido feitas. É como se o reclamento não tivesse recebido trocentas vezes a visita dos agentes da dengue em casa.

Se não consegue eliminar a dengue, então que não se candidatasse”, bradam os radicais.

Um paralelo simples faz saltar aos olhos a insensatez dessa condenação sumária e superficial.

Vamos mudar de epidemia. Da dengue, para a Aids.

Será que ainda existe alguma pessoa no Brasil, com mais de dez anos de idade e alfabetizada, que não saiba como é que o vírus HIV contamina? Foram tantas campanhas, bem-feitas ou não, foram tantas entrevistas, tantas reportagens que é impossível alegar ignorância. Todo mundo sabe, também, como é que se faz a prevenção da Aids. No entanto, as pessoas continuam se contaminando ou pelo sexo ou pelo compartilhamento de acessórios de consumo de drogas. Será que a presidenta, o ministro da Saúde, os governadores e prefeitos podem ser responsabilizados por essa contaminação furtiva e quase sempre entre quatro paredes?

Não é exatamente igual com o criadouro do mosquito?

Tem coisa – muita coisa por sinal – que pode e deve ser cobrada das autoridades. Mas tem outras coisas em que a gente tem é de ter vergonha na cara.

Histórias que não colam

Fragilidade física para exercer a função de papa. Quando Bento 16 anunciou a renúncia, usou essa justificativa. Ficou uma pergunta no ar:

  • Quem quer acreditar nisso?

As sombras atrás da porta se apresentavam muito mais convincentes e temperadas: sexo proibido, chantagem e roubalheira.

Os desdobramentos da renúncia vão mostrando aos poucos que os incrédulos estavam certos. Desvios no Banco Central do Vaticano, orgias homossexuais de figuras importantes da Santa Sé e acobertamento de casos de pedofilia têm muito mais mais relação com a decisão do Papa do que saúde abalada.

Acontece coisa parecida com outras duas histórias deste fevereiro.

A primeira é a da morte do adolescente boliviano no estádio. A confissão do crime pelo menor de idade membro da torcida organizada Gaviões da Fiel pode até ser verdadeira. Mas é tão conveniente que ninguém quer acreditar nela. E os primeiros incrédulos são os bolivianos. A figura meio patética do advogado que deveria defender o cliente mas que se constitui em acusador reforça a imagem de farsa. Mais patética ainda a entrevista “exclusiva” com o rapaz no Fantástico de domingo. Não é que as perguntas importantes não tenham sido feitas. Elas foram claramente evitadas.

A versão do corredor sul-africano Oscar Pistorius para a morte da namorada cai na mesma vala do descrédito. Por que ele teria se arrastado sem as próteses até o banheiro, executado os disparos através da porta para só depois voltar ao quarto e colocar as pernas mecânicas que usa com tanta habilidade? Enquanto se arrastava, ele não estava muito mais sujeito à violência do suposto ladrão do que com as próteses?

Três versões bem construídas. Mas nenhuma delas convence a galera. Marcaram esse mês de fevereiro que vai terminando. Na verdade, esse tipo de coisa marca cada vez mais a nossa época.

A blogueira cubana

'Brasil' hostil a Yoani?

‘Brasil’ hostil a Yoani?

Você sairia de casa e enfrentaria o trânsito de São Paulo, do Rio de Janeiro ou de Brasília para ir vaiar e xingar a blogueira cubana que visita o Brasil?

Imagino que nem por decreto você faria isso. Eu, também não.

Daí que você deve estar encafifado, como eu também estou, com as muitas pessoas que tomaram essa atitude.

Qual o sentido?

A blogueira simplesmente enfrenta a ditadura de mais de 50 anos dos irmãos Castro denunciando as muitas deficiências e mazelas do regime que ficam encobertas por uma falsa aura romântica com que alguns insistem em olhar a vida em Cuba.

Yoani Sánchez foi hostilizada e xingada em todos os lugares por onde passou no Brasil. Muitos jovens entre os manifestantes.

Fica evidente que a reação não é espontânea nem natural. Coisa orquestrada. Mas quem, com a saúde mental em dia, pode articular uma bobagem dessas?

A resposta, por mais estranha que possa parecer, aponta para os puxa-sacos do regime cubano instalados em cargos públicos no Brasil. E também, é lógico, para o embaixador de Cuba. Os funcionários do governo que articularam nas redes sociais os ataques à blogueira são duplamente puxa-sacos: tanto dos ditadores de Cuba quanto dos ocupantes de cargos públicos no Brasil que ficam babando ovo para Fidel e o irmão. Se trabalhassem em empresas privadas provavelmente não teriam tempo ocioso para armar essa patacoada.

A blogueira respondeu com uma simplicidade atordoante, dizendo que gostaria que esse tipo de manifestação, própria das democracias, também existisse em Cuba.

A resposta, por si só, escancara a estupidez desse movimento que usa a liberdade de expressão existente no Brasil para atacar quem luta por essa mesma liberdade de expressão na ditadura cubana.

Simples assim.

Sexta-feira de caos

A sexta-feira estava mesmo predestinada ao caos. Reuniu um elenco de complicadores talvez nunca reunido antes:

  1. Chuva fortíssima

  2. Greve no Porto de Santos

  3. Protesto de caminhoneiros em Guarujá

  4. Deslizamento de encostas na Anchieta e na Imigrantes.

O resultado foi um pandemônio. Motoristas pediam socorro na Dom Domênico Rangoni completamente parada desde a manhã. O desespero se repetia na entrada e na saída de Santos do meio da tarde em diante. Em alguns pontos de Cubatão e São Vicente o trânsito parou em função das inundações.

Quem ia, não foi. Quem estava no caminho e conseguiu voltar, deu sorte. Pais não conseguiram buscar filhos na escola. Algumas pessoas tiveram de dormir inesperadamente em hotel ou em casa de amigos. Transtornos de todos os tipos.

É certo que o conjunto de complicadores reunidos por essa sexta-feira caótica tão cedo não vai se repetir. Mas não é menos certo que há um conjunto de gargalos para a mobilidade urbana e para a logística de acesso ao Porto de Santos que encaminham o sistema viário e rodoviário rapidamente para o colapso. A sexta-feira deu uma amostra não-grátis desse caos anunciado.

O Trevo de Cubatão, a Rua do Adubo em Guarujá, a Dom Domênico Rangoni, a entrada de Santos, o trecho vicentino coalhado de semáforos da Imigrantes, a travessia por balsas entre Santos e Guaruja, transversal à entrada e saída de navios… Os pontos-problema estão todos carecas de tão conhecidos.

Para todos eles existem projetos (no caso da entrada de Santos, projeto conceitual) em andamento. Andamento de tartaruga.

A frota dobra a cada seis, sete anos. O número de carretas aumentou 150% em vinte anos.

Um dia a casa cai. Está chegando a hora em que todos os dias vão ser que nem essa sexta-feira.

Corrida presidencial

O jogo de 2014 já começou

O jogo de 2014 já começou

Aécio Neves decidiu disputar a presidência do PSDB nacional em maio. É provável que nenhum adversário se apresente e que, assim, o senador mineiro seja eleito por aclamação.

Marina Silva apresentou ao país a nova sigla partidária com nome diferente: Rede Sustentabilidade.

Dilma Roussef, ao lado do ex-presidente Lula, festejou ontem, com pompa, circunstância e muita auto-louvação, os 33 anos do PT e os 10 anos do partido no poder federal. E, pelo sim pelo não, incluiu mais 2,5 milhões de famílias no Brasil Sem Miséria.

As movimentações dos presidenciáveis mostram que o pós-carnaval inaugurou pra valer o pré-eleitoral de 2014.

Na verdade, a corrida presidencial já tinha mostrado o ar da graça durante o carnaval. O governador Eduardo Campos (PSB) dançou frevo e maracatu em oito cidades pernambucanas e até subiu ao palco, em Recife, com Caetano Veloso.

O jogo já começou.

Dilma é favorita disparada. Mas morre de medo de outro pibinho. Reeleição com economia estagnada sempre é mais complicada.

Aécio tem de concorrer. Uma porque é o presidenciável do PSDB. E outra porque até mesmo uma derrota para Dilma agora pode servir para pavimentar a campanha de 2018.

Eduardo Campos está mais ou menos na mesma situação. Com a diferença de que pode brincar como pré-candidato e depois virar vice ou de Aécio ou de Dilma. É noiva cobiçada.

E Marina? Saiu com uma imagem positiva da campanha presidencial pelo PV em 2010. Mas continua sendo olhada como uma estranha nesse ninho, alternativa, monotemática.

Se nada muito diferente acontecer, como um novo escândalo da dimensão do mensalão, o jogo é mesmo de Dilma e a herança de Aécio. Conquistar Eduardo Campos como vice não muda muita coisa para nenhum dos dois.

Se o PIB vai ser pibinho ou pibão, também não é decisivo. A não ser que seja muito pibizinho ou muito pibizão.

Malandragens e coincidências

Ronaldinho Gaúcho disse que foi por acaso. Mas a releitura das imagens imediatamente anteriores ao primeiro gol do Atlético contra o São Paulo, na quarta -feira à noite, indica que foi malandragem. E malandragem planejada. Ele deu um “migué”, ficou tomando água com o goleiro Rogério Ceni enquanto a bola estava parada e, despercebido, recebeu livre, dentro da área sãopaulina, na reposição. E sem impedimento, que não existe na cobrança de lateral. Nota dez para a malandragem, que recupera um encanto que anda rarefeito no futebol atual.

***

E por falar em malandragem, o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, misturou no mesmo caldeirão a renúncia do papa, a bomba atômica coreana e a profecia do fim do mundo maia. O resultado foi uma revisita às profecias de São Malaquias, no século 12. Malaquias é visto pelos esotéricos como um iniciado que, por malandragem, viveu entre os padres e frades como se fosse um deles para evitar as duras perseguições religiosas aos magos e feiticeiros no século 12.

A profecia mais impressionante dele é a da sequência dos 115 papas até a “desolação total da Igreja”. O sucessor de Bento 16 seria esse último papa. E as coincidências entre os 15 últimos papas e as profecias fazem valer a pena uma olhadinha na internet.

***

Por falar em coincidência, tem torcedor do Santos, encafifado com o namoro do Neymar com a atriz de novelas Bruna Marquezini.

Os cismados mais antigos lembram do namoro entre Garrincha e a cantora Elza Soares, que coincide com o sumiço das habilidades do botafoguense em campo.

E os mais recentes lembram do eclipse da carreira no Santos e na seleção do meia Elano, que coincidiu com o caso turbulento que ele manteve com a atriz de novelas Nívea Stelman.,

É bom lembrar aos mais preocupados que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Garrincha e Elano saíram de maneira tumultuada de casamentos para esses relacionamentos. Neymar, mesmo já sendo papai, é solteiro.

Amor romântico: possível ou não?

Crônicas de amor...

Crônicas de amor…

Ferreira Gullar, poeta do primeiro time, também brilha como cronista. Sobre o Amor está selecionada na coletânea As Cem Melhores Crônicas Brasileiras. Com justiça. Se você digitar o autor e o título num programa de busca na internet vai ter acesso a um texto leve e envolvente e com uma reflexão límpida e poderosa.

Ele atribui a uma amiga a definição de que a máquina de lavar, o espanador de pó e o bife com fritas acabam com qualquer paixão. Esse seria o estigmado casamento, “que é o amor institucionalizado, disciplinado, integrado na sociedade”. Um anti-amor, na verdade já que na origem, o amor é constituído de liberação e aventura.

Gullar defende que só a precariedade garante ao amor atingir a ignição máxima. Ou seja, tem necessariamente de acabar bruscamente como começou.

O texto envolve, conduz. E entristece.

Será então impossível uma vivência prolongada de uma paixão incandescente?

A transição de paixão para amor tem mesmo contornos complicados. Quantos apaixonados que você conheceu permanecem assim depois de algumas semanas, meses ou anos de relação?

Mas certamente você conhece pelo menos uma exceção. Qual será o segredo desse casal?

No livro A Arte de Amar, o autor Erich Fromm se debruça sobre essa questão. A partir da constatação de que nenhum outro empreendimento humano fracassa tantas vezes e tantas vezes é retomado como o projeto de viver uma paixão, Fromm examina o ser amoroso e a o amor em si.

O livro é denso e não cabe num texto dessa dimensão.

Mas é importante dizer que Fromm aponta a dificuldade mas também as possibilidades da manutenção do amor-paixão. De maneira bem resumida, o pensador considera fundamentais na relação o cuidado, o respeito, a responsabilidade e o conhecimento recíprocos. E em cada um dos apaixonados, como requisitos para a capacidade de amar, a humildade, a coragem, a fé e a disciplina.

Amar de verdade, para Erich Fromm, é muito, muito difícil. Coisa para gente muito evoluída. Mas possível. Viabilidade da qual a crônica de Ferreira Gullar leva o leitor a duvidar.

Carnaval desmetropolizado

Chegou o Carnaval. Santos tem desfile de escolas de samba. São Vicente, não. Cubatão, também não.

O curioso é que o sambódromo de Santos fica quase na divisa com São Vicente. E com acesso de boa qualidade para as cubatenses.

Guarujá tem ligação mais complicada com Santos. Mas isso nunca impediu a participação da escola de samba Amazonense.

Por que não, então, um carnaval metropolitano?

Para as escolas de Cubatão e São Vicente, 2013 vai ser um ano nefasto. Um ano de interrupção de desfile significa um prejuízo terrível. Não é só o desânimo dos integrantes. É a falta de confiança que vai contaminar os próximos anos:

“Vai ter Carnaval? Será que não vai rolar de novo?”.

Você pode pensar que não houve tempo para organizar. Afinal os prefeitos assumiram no início do ano, a menos de 2 meses da festa. Mas eles se elegeram no início de outubro. Paulo Alexandre em Santos, venceu no primeiro turno. Bili, em São Vicente, também. E em Cubatão, nem tem segundo turno.

Um pouquinho de boa vontade, outro de conversa e a coisa poderia ter ficado esquematizada mesmo antes da posse.

O mais curioso é que o carnaval já foi metropolitano. E isso, na década de 80, portanto antes da institucionalização da região metropolitana. Houve, portanto, um retrocesso.

Um campeonato metropolitano de escolas de samba fica mais barato para cada prefeitura. Pode atrair verbas estaduais. E tem potencial para se transformar numa atração turística.

O carnaval santista das escolas de samba desmente sozinho toda essa lenga-lenga de integração metropolitana que a gente escuta dos políticos da região faz tanto tempo.

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