Blog do Paulo Schiff

Ideias e Opiniões sobre o cotidiano.

Arquivo para o mês “março, 2013”

Crises para todos os gostos

Prefeitos na berlinda...

Prefeitos na berlinda…

O prefeito Bili, de São Vicente, em dois meses já perdeu dois membros da equipe de primeiro escalão. No caso da secretaria de Saúde, ele mesmo resolveu assumir a função de secretário ainda que por um prazo máximo de um mês.

Em Santos, nesses mesmos dois meses, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa já enfrentou pelo menos três mega-problemas:

  1. Vazamento de uma gravação da Operação Porto Seguro em que ele conversa com o empresário César Floriano.

  2. Quatro mortes num trágico acidente com um carro alegórico da Escola de Samba Sangue Jovem durante o desfile oficial de carnaval da cidade.

  3. Acusações ao ex-secretário estadual da Educação no governo Alckmin anterior, Gabriel Chalita, que respingam nele como secretário-adjunto.

A prefeita de Cubatão, Marcia Rosa, também tem um início de segundo mandato turbulento por conta de uma inundação gigantesca que deixou centenas de famílias desalojadas e desabrigadas e milhares de pessoas diretamente afetadas. Isso sem falar dos problemas de fluxo de caixa que enfrenta desde o segundo semestre do ano passado, em função da violenta queda de arrecadação que afeta todos os municípios industriais do Brasil.

E em Guarujá a prefeita Antonieta, também reeleita, enfrenta problemas com os caminhoneiros que obstruíram as entradas do terminal da Santos-Brasil e provocaram um pandemônio que paralisou por vários dias desde a Rodovia Dom Domênico Rangoni até avenidas fundamentais para os sistema viário da cidade como, por exemplo, a Santos Dumont em Vicente de Carvalho.

Se for somada a esse conjunto de problemas a epidemia de dengue que se apresenta neste ano como uma assombração pela estréia na região do vírus tipo 4, contra o qual ninguém ainda tem imunidade…

A crise é a oportunidade para buscar novas soluções e usar a criatividade. Também é o momento das oposições políticas mostrarem grandeza e ajudar na busca dessas soluções.

Mas você, leitora / leitor, está vendo algum sinalzinho dessa criatividade e dessa grandeza?

A dengue e a Aids

É tempo de radicalização. De julgamentos sumários. E o pior: conduzidos por conhecimentos superficiais. Uma olhada numa manchete de internet é suficiente para quem alguém forme um juízo de outro alguém. Bandido. Canalha. Safado.

Nesse tipo de julgamento, o direito de defesa não é respeitado. O internauta não tem paciência de chegar até o ponto em que o acusado coloca os argumentos. O leitor de jornal também não chega até o fim da notícia. E o telespectador ou ouvinte já acompanha a sonora dele com o juízo formado.

Prefeitos e secretários de saúde são sumariamente considerados responsáveis pela dengue. “Não fazem nada”. É como se as campanhas de conscientização não tivessem sido feitas. É como se o reclamento não tivesse recebido trocentas vezes a visita dos agentes da dengue em casa.

Se não consegue eliminar a dengue, então que não se candidatasse”, bradam os radicais.

Um paralelo simples faz saltar aos olhos a insensatez dessa condenação sumária e superficial.

Vamos mudar de epidemia. Da dengue, para a Aids.

Será que ainda existe alguma pessoa no Brasil, com mais de dez anos de idade e alfabetizada, que não saiba como é que o vírus HIV contamina? Foram tantas campanhas, bem-feitas ou não, foram tantas entrevistas, tantas reportagens que é impossível alegar ignorância. Todo mundo sabe, também, como é que se faz a prevenção da Aids. No entanto, as pessoas continuam se contaminando ou pelo sexo ou pelo compartilhamento de acessórios de consumo de drogas. Será que a presidenta, o ministro da Saúde, os governadores e prefeitos podem ser responsabilizados por essa contaminação furtiva e quase sempre entre quatro paredes?

Não é exatamente igual com o criadouro do mosquito?

Tem coisa – muita coisa por sinal – que pode e deve ser cobrada das autoridades. Mas tem outras coisas em que a gente tem é de ter vergonha na cara.

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