Blog do Paulo Schiff

Ideias e Opiniões sobre o cotidiano.

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Metropolização-já

Os anos 80 marcaram as diretas-já. Os 90, registraram a institucionalização da Região Metropolitana da Baixada Santista. A paternidade é do ex-governador Mário Covas.

Mas, neste 2012, esse slogan do título soa completamente falido.

A integração metropolitana é um fracasso.

Ninguém aceita mais nem conversar sobre esse tema. Um diz que só o crime está metropolizado. Outro lembra da dengue metropolitana. Um terceiro recorda que a região já teve um carnaval metropolitano. Hoje, nem isso.

O formato Condesb-Agem parecia convincente. Mas não funcionou.

Nos capítulos iniciais era o ex-prefeito de Cubatão, Nei Serra, que reclamava porque o Hospital-Modelo recebia pacientes da Área Continental de São Vicente. No Não-Vale a Pena Ver de Novo, o atual prefeito de Santos em final de mandato, João Paulo Papa, repetia essa ladainha do atendimento de pacientes de outras cidades. Nos 15 anos de intervalo entre os dois reclamentos não foi equacionada uma fórmula para resolver a questão.

A vida do cidadão é metropolizada. Os problemas, também. Quem não conhece alguém que mora numa das cidades, trabalha em outra, estuda numa terceira e tem pais ou namorado(a) numa quarta?

Os prefeitos estão se lixando para o que não acontece dentro das divisas de suas cidades. Desistiram. Desanimaram.

Na divisa Santos-São Vicente, na praia, o emblema desse descaso: a motovia vicentina acaba abruptamente e as vans do transporte coletivo não podem passar de uma cidade para a outra.     

Os novos prefeitos e as prefeitas reeleitas devem se debruçar primeiro sobre a otimização imediata do sistema viário e rodoviário para redução de danos no trânsito metropolitano, à beira do caos. E a segunda tarefa conjunta que se apresenta é a integração metropolitana. Aqui não é questão de otimizar ou reformular. Tem de começar tudo de novo. 

Mais que pirraça, menos que vingança

Uma ouvinte da Rádio Mix, na semana passada, reclamou do lixo eleitoral em São Vicente. Muitos santinhos de candidatos no chão. Ela estava com medo de que a chuva chegasse antes das varredoras. Isso porque a montanha de papel sempre coloca um fator da agravamento nas inundações em função do entupimento de bueiros e bocas-de-lobo.

O curioso na manifestação da ouvinte é que ela pergunta se essa negligência da Prefeitura poderia ser uma picuinha do Márcio França, ressentido com a derrota eleitoral do filho.

A palavra picuinha já carrega uma conotação bem-humorada. É mais que pirraça e menos que vingança. Tem alguma coisa de mesquinhez. Mas ainda mais engraçado é o fato de que o prefeito de São Vicente, que poderia estar com essa suposta picuinha, é Tércio Garcia e não Márcio França, que é deputado federal.

Da safra de prefeitos que encerram mandatos neste final de ano na Baixada, três se elegeram sem nunca ter sido candidatos a nada antes, impulsionados por prefeitos fortes que não podiam mais se reeleger. Tércio Garcia é um deles. Sucedeu justamente Márcio França na eleição de 2004 e depois se reelegeu em 2008.

Os outros dois são João Paulo Papa, de Santos, que disputou as mesmas eleições de Tércio, e Roberto Francisco, de Praia Grande, que era chefe de gabinete de Alberto Mourão e se elegeu sucessor dele em 2008. Papa era vice de Beto Mansur e foi apoiado por ele.

A ouvinte que levantou a suspeita de picuinha, parece acreditar que quem continuou mandando em São Vicente, mesmo com Tércio prefeito, era Márcio França. Muita gente pensa dessa maneira.

Em Praia Grande, acontece coisa parecida. O advogado Roberto Mohamed disse outro dia que Roberto Francisco se elegeu para guardar lugar para Alberto Mourão.

Na verdade, Garcia e Francisco têm perfis mais discretos e técnicos e assim marcam menos a própria presença.

É interessante observar que em Santos aconteceu fenômeno inverso. O prefeito Papa se afastou do padrinho político Beto Mansur. Buscou ganhar luz própria. Até as realizações de Mansur passaram a ser percebidas pelo público como sendo de Papa. Tanto que o ex-prefeito usou a estratégia de lembrar ao eleitor, na propaganda eleitoral, que essas obras eram na verdade dele.

Não deu certo. Mansur saiu da eleição com uma derrota acachapante. Mas tem um consolo: se houver desleixos da Prefeitura de Santos, daqui até o final do ano, ninguém vai suspeitar que seja picuinha dele.

Patos mancos

O próximo presidente já está eleito. Mas o atual ainda tem um restinho de mandato, até o final do ano. Nos Estados Unidos esse presidente que está de saída recebe o apelido de pato manco.

Na Baixada Santista, por esse critério, teríamos neste momento 5 prefeitos patos mancos: Tércio Garcia (PSB), de São Vicente, Milena Bargieri (PSB), de Peruíbe, Roberto Francisco (PSDB), de Praia Grande, Forssel (PSDB), de Itanhaém e João Paulo Papa (PMDB), de Santos.

Se a manquitolice dos patos pudesse receber graduações, Roberto Francisco, que apoiou o eleito Alberto Mourão (PSDB), e Forssel, que conseguiu eleger o sucessor Marco Aurélio (PSDB), estão mancos de uma pata só. João Paulo Papa e Tércio Garcia, que amargaram derrotas dos candidatos dos partidos deles, mancos de duas patas. Milena, que perdeu ela mesma a eleição, estaria manca das duas patas e das duas asas.

Como será a vida de um pato manco?

Dizem que o cafezinho dele chega frio. Que o ascensorista continua falando mal do governo dele depois que ele entra no elevador. Que o motorista chega atrasado quando ele chama…

Fernando Henrique foi um pato manco cheio de dignidade. Escancarou todos os departamentos do governo para o sucessor Lula na transição. João Batista Figueiredo, o último presidente da ditadura, um pato manco ressentido. Saiu pela porta dos fundos para não ter de entregar a faixa presidencial para José Sarney.

Patos mancos que não conseguem eleger o sucessor costumam ter mais aborrecimentos que alegrias. A debandada de colaboradores infiéis, a insegurança profissional de colaboradores fiéis, a cobrança de correligionários quanto a erros de estratégia que provocaram a derrota, críticas à gestão que se multiplicam…

No poder, prefeitos, governadores e presidentes se desacostumam a abrir portas. Sempre tem alguém para fazer essa gentileza. Papa, Tércio, Milena, Francisco e Forssel já podem ir treinando com as maçanetas…

A eleição e o Porto

Márcio França tem influenciado decisões federais relativas ao Porto de Santos desde 2007. É atribuída ao deputado federal nada mais nada menos que uma parte da responsabilidade pela criação da Secretaria Especial de Portos. Teria sido ele que soprou no ouvido do ex-presidente Lula a idéia. Articulado com as empresas de operação, foi um dos negociadores do Reporto na Câmara, isenção tributária para aquisição de equipamentos que alterou radicalmente o cenário tecnológico portuário  em Santos e também em vários outros portos do Brasil. O ex-prefeito vicentino também influenciou a escolha de nomes para a direção da Codesp nesse período. A SEP está com o PSB, partido dele, desde a criação. 

João Paulo Papa aproximou Porto e Prefeitura de Santos no período entre 2005 e este ano. Criou a Secretaria Municipal de Assuntos Portuários e Marítimos. Foi tão bem-sucedido nessa iniciativa que o secretário Sérgio Aquino se tornou presidente do Conselho de Autoridade Portuária. Quando Aquino se afastou da presidência do CAP, no primeiro semestre, para se tornar candidato a prefeito, Papa emplacou outro secretário no cargo: o de Planejamento, Bechara Abdalla.

As urnas de domingo desmancharam esses dois arranjos.

O grupo político de Márcio França perdeu a Prefeitura de São  Vicente e de Peruíbe e deixou de ganhar em Itanhaém, onde tinha certeza de vitória. As derrotas eleitorais dos candidatos do PSB, Caio França, Milena Bargieri e Marcelo Strama, aniquilaram a base regional do deputado.

O grupo de Papa também implodiu, pelo menos momentaneamente.   Sérgio Aquino, o candidato do prefeito teve votação pouco expressiva e foi derrotado já no primeiro turno.

É difícil imaginar que o novo prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, tenha há argumentos suficientes para colocar um aliado na cadeira da presidência do CAP. Tucano, próximo do governador Alckmin, é considerado adversário pela aliança PMDB-PT que está no governo federal.

Márcio França, reduzido ao mandato, e também mais próximo de Alckmin do que de Dilma, também perde espaço no cais.

Será que a peemedebista Antonieta, favorita no segundo turno de Guarujá, e a petista Marcia Rosa, reeleita em Cubatão, vêm aí?

Trombada eleitoral dupla

Toda disputa – política ou não – tem vitoriosos e derrotados. Óbvio. Mas há derrotas e derrotas. Perder às vezes é etapa construtiva. Lula perdeu três vezes a corrida presidencial. Mas vai ficar na História pelas duas vitórias que se seguiram a elas.

Beto Mansur tem no currículo uma derrota desse tipo. Perdeu no primeiro turno a eleição para a Prefeitura de Santos em 92. Quatro anos depois voltou para ganhar.

Ele nunca poderia imaginar o desmanchamento do cacife eleitoral que construiu nesses 20 anos que separam 92 de 2012 da maneira como aconteceu nesta campanha. Ele começou como um candidato com chances concretas de segundo turno e terminou com uma votação quase de partido nanico.

A derrota de Márcio França é ainda mais dolorosa. Ele não disputou a eleição. Achou que não precisava se envolver pessoalmente para conservar a Prefeitura de São Vicente. Errou a avaliação e viu o filho Caio França ser derrotado por Luís Cláudio Bili.

Articulador político regional, também perdeu em Peruíbe com Milena Bargieri e em Itanhaém, com Marcelo Strama. Em Cubatão, não conseguiu nem articular uma candidatura.

Beto Mansur chegou à eleição de domingo sem o apoio do prefeito João Paulo Papa. Sofria de uma doença fatal para candidaturas nesse estágio atual da política brasileira: esvaziamento político. Enfrentou também a rejeição provocada pelas acusações de trabalho escravo nas fazendas dele e pelo estilo fazendeiro / piloto do próprio avião.

O diagnóstico da derrota de Márcio França parece mais simples: salto alto.

Mansur tem vida empresarial, Márcio França vive para a política.

Como será que vão se repaginar depois dessa trombada?

O uso da popularidade

O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, tocou num ponto importante, nesta sexta-feira, ao rebater uma acusação petista ao partido dele de golpismo.  

Não vale a pena analisar o crônico e cada vez mais intenso bate-boca partidário-eleitoral entre PT e PSDB. Mas é interessante pensar um pouquinho na observação do tucano sobre o uso que Lula tem feito da popularidade:

“É um sentimento de que é dono do povo. Isso não é uma boa ideia. Até se, por acaso, ele tiver, e tem, uma popularidade relevante, a melhor atitude é de ter, diante disso, humildade e não arrogância. Acho que ele se acha o dono do povo. Acha que tudo pode ser enfrentado, inclusive a verdade”.

Uso da popularidade. Serve para Lula. Serve para muitos outros.

Sérgio Guerra dá os exemplos de Recife e Belo Horizonte em que “os discursos de Lula a favor de candidatos do PT ou apoiados pelo partido são um negócio sem pé nem cabeça”. “Pessoal, rancoroso. Um ex-presidente da República não devia nem podia agir assim”.

A carapuça serve para Lula também em SP. Os trinta e tantos por cento que Marta Suplicy exibia nas pesquisas estão transformados nos 15% no candidato de proveta de Lula, Fernando Haddad. 

Lógico que nos 15 dias até a eleição a coisa ainda pode mudar.

Coisa bem parecida acontece em Santos. O prefeito João Paulo Papa (PMDB)  optou por um candidato ainda não testado nas urnas, Sérgio Aquino, no lugar do ex-vice dele, Fifi (PTB), do padrinho político dele, Beto Mansur (PP) ou de um vereador do partido, como Marcus de Rosis (PMDB). Pode até virar o jogo até a eleição. Mas vem enfrentando momentos de angústia com a posição de Aquino nas pesquisas.

Sérgio Guerra toca num ponto muito importante para reflexão de quem desfruta de aprovação: humildade no uso da popularidade. 

Progresso eleitoral

Teve início a temporada de ataques eleitorais. Quem estaciona nas pesquisas quer avançar. Quem está perdendo eleitores quer estancar a sangria. E aí começam a ser lembrados os telhados de vidro dos adversários. Principalmente dos que estão na frente.

Em São Paulo, Serra associa Haddad aos réus do mensalão. Em Santos, o prefeito Papa aparece bravo no programa eleitoral, com uma expressão facial muito diferente da que mostrou durante todos esses anos.

Diz uma regra antiga que na política, ao contrário do futebol, o ataque não é a melhor defesa. Quem agride normalmente perde votos.

Acontece que à medida que a data da eleição se aproxima, o desespero vai batendo.

Li um artigo interessante nesta semana que dizia que muita gente confunde esse momento eleitoral de pesquisas estabilizadas como marasmo ou como tendências já definidas. E que na verdade este é o momento em que o eleitor está amadurecendo a decisão.

Conheceu melhor os candidatos. Percebeu com clareza com que outros personagens da vida pública cada um deles é ligado. Agora é o momento da reflexão e da decisão.

Se justamente nessa hora o candidato ou o padrinho dele aparece desequilibrado e destemperado, o feitiço pode virar contra o feiticeiro.

Muita gente reclama do processo eleitoral. Que faltam propostas. Que o horário gratuito é chato. Que os discursos são escritos pelos marqueteiros. Mas a verdade não é bem essa. O progresso nesse campo nos últimos anos é fantástico. O eleitor passou a ter acesso às declarações de bens dos candidatos, aos processos que ele enfrentou e a quanto e de quem ele recebe doações na campanha.

O eleitor amadureceu e a legislação acompanhou: Lei da Ficha Limpa, Lei de Acesso a Informações Públicas.

Muita gente não percebeu. Mas o tempo dos xingamentos eloqüentes e das promessa vazias está ficando para trás.

A Saúde como prioridade

No início de 2005, uma safra de novos prefeitos iniciava mandatos em todo o Brasil. Em Santos, João Paulo Papa (PMDB). Em São Vicente, Tércio Garcia (PSB). Em Guarujá, Farid Madi (PDT). Praia Grande e Cubatão tinham reelegido Alberto Mourão (PSDB) e Clermont Castor (PR).

Cinco partidos políticos diferentes. E uma unanimidade. Todos eles escolheram a área da saúde pública como prioritária. Concentraram esforços conjuntos.

E o resultado, sete anos e meio depois? Como é que você, leitora / leitor do DL, e deste blog, avalia esse resultado? Gostaria de receber essa opinião no e-mail que acompanha o texto.

Praia Grande inaugurou o Hospital Irmã Dulce, repassou a administração para uma fundação com instituição de ensino e as reclamações se reduziram drasticamente.

São Vicente tinha inaugurado dois anos antes o CREI – Centro de Referência, Emergência e Internação. Mas as reclamações continuaram intensas.

Santos transferiu provisoriamente a maternidade que tinha sido inaugurada pelo ex-prefeito Beto Mansur (PP) para o Hospital da Zona Noroeste. O provisório, como muitas vezes acontece, acabou se tornando definitivo. Agora, sete anos depois, comprou o antigo Hospital dos Estivadores.

Cubatão conquistou uma impressionante redução do índice de mortalidade infantil: de africano, passou a um patamar europeu.

Mas no conjunto, regionalmente, se alguma coisa mudou, foi para pior. Mesmo os pacientes com planos de saúde fazem queixas amargas. E quem pode prefere se tratar em São Paulo.

O jornalista Rodolfo Amaral aponta faz tempo uma distorção. O governo estadual destina sistematicamente para a Baixada Santista, que tem 4% dos habitantes do Estado, pouco mais de 1% das verbas de saúde.

E a denúncia do jornalista fica no limbo.

A estrutura estadual, que em Santos inclui o Hospital Guilherme Álvaro, funciona completamente fora de sintonia com a municipal, apesar do status de gestão plena desta última.

E assim vai.

Para quem tem como profissão a esperança, e é exatamente esse o nosso caso de brasileiros deste litoral paulista, vem aí uma nova safra de prefeitos.

Será que também vão escolher a saúde como prioridade?

A eleição de Santos

A temporada de convenções partidárias está começando. Em Santos, o quadro de prefeituráveis parece estar completo.

Telma de Souza (PT) e Beto Mansur (PP) se reapresentam ao eleitorado santista. Ela, pela sexta vez, com uma vitória em 88. Ele, pela quarta vez, com duas vitórias em 96 e 2000.

Sérgio Aquino (PMDB) estréia em disputas eleitorais. Professor Fabião (PSB), tem três eleições para vereador no currículo.

Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) teve pai prefeito e é um campeão de votos em duas disputas para deputado estadual em 2006 e 2010.

Eneida (PSOL) já disputou a Prefeitura em 2008. Vagner Pelonha (PSDC) vai tentar pela primeira vez. E Jama (PRTB) tem no currículo três mandatos de vereador com votações expressivas, uma como o mais votado.

Duas desistências estão contabilizadas: Odair Gonzalez (PR) e Antônio Carlos Silva Gonçalves (PTB). Os dois tendem, por caminhos diferentes, a engrossar o caldo de Paulo Alexandre.

E tem ainda Vicente Cascione (DEM) na dúvida shakesperiana: ser ou não ser candidato?

Dois desses candidatos têm cabos eleitorais poderosos. Paulo Alexandre tem luz política própria e o apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB), de enorme prestígio em Santos. Sérgio Aquino vai ter a companhia do super-bem avaliado prefeito, João Paulo Papa (PMDB), na caça aos votos.

Telma de Souza poderia compor uma trinca de apadrinhados. Mas parece abandonada por Lula, mais preocupado em carregar no colo Fernando Haddad em São Paulo.

Entre os oito, a petista é a mais provável finalista da eleição. O fato de quatro candidatos fortes orbitarem próximos da administração Papa faz com que a estrela isolada da oposição, com alguma coisa entre 25 e 30% dos votos, índice que dificilmente escapa dela, vá para o segundo turno. Isso porque o restante dos cerca de 90% dos votos válidos (65% no caso mais positivo) esteja em disputa pelos outros sete. Se os cinco menos votados deles contabilizarem 20%, sobram 45%. E daí não dá para dois ultrapassarem Telma.

Só um.

Como a petista vem de três derrotas em segundo turno (96, 2000 e 2004) muitos observadores entendem que esse(a) outro(a) finalista vá ser o(a) futuro(a) prefeito(a).

Mas tudo isso, por enquanto, são só hipóteses, especulações. Até as urnas de outubro esses 8 ainda têm muita sola de sapato, muita saliva e muitos minutos de televisão para gastar.

Qualidade atrasada

Um jogo de futebol tem dois tempos de 45 minutos. Se houver acréscimo de 3 minutos em cada tempo, 96 minutos.

Um mandato de prefeito tem 48 meses. Se houver reeleição, como no caso de Santos, mais 48. E o total de meses fica semelhante ao número de minutos de uma partida de futebol: 96.

Estamos em maio, 5º mês do último ano do segundo mandato do prefeito João Paulo Papa. Falta pouco mais de sete meses. Se fosse futebol, o cronômetro do juiz estaria entre o 40º e o 41º minuto do segundo tempo. Finalzinho de jogo.

Será que é a hora mais adequada de lançar um Programa de Gestão de Qualidade do Serviço Público?

Pois o Proqualidade foi lançado com pompa e circunstância nesta semana.

A criação do programa tem o mérito indiscutível com que certas iniciativas tardias são saudadas:

“Antes tarde do que nunca”.

Mas será que isso representa alguma vantagem para o cidadão que paga impostos em Santos?

Se a gestão tinha qualidade duvidosa, ou pelo menos abaixo da possível, como dá para deduzir do nome do Proqualidade e dos discursos da cerimônia de lançamento, o programa não deveria ter sido lançado antes?

Será que houve demora para essa percepção? Será que a articulação do tal programa é que consumiu esse tempo todo? Será que a negociação com a Usiminas para estabelecer um convênio de cooperação para obtenção da certificação ISO é que foi arrastada?

Algumas pessoas que observam a política regional analisaram que no campo do marketing o lançamento traz uma aura negativa. Porque acontece num momento muito errado justamente por isso: dá a idéia de que a gestão tinha defeitos que deveriam ter sido consertados antes.

Tem também um componente político que torna o lançamento atrasado desse programa ainda mais incompreensível. É que em outubro vai haver eleição. Em janeiro, administração nova. Com uma visão de qualidade na gestão que pode ser diferente dessa que está sendo trabalhada pelo Proqualidade.

Voltando ao futebol, em time que está ganhando não se mexe…

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