Quizumba judicial-eleitoral
Só Deus sabe quem vai assumir a Prefeitura de Mongaguá em janeiro. O prefeito reeleito, Paulinho Wiazovski, está enrolado com a justiça eleitoral. Exatamente como aconteceu com o principal adversário dele nesta eleição, o ex-prefeito Artur Prócida.
O caso deles não representa exceção. Nem no Brasil, nem na região.
Em Bertioga, o ex-prefeito Lairton Goulart oscilou entre a inelegibilidade e a candidatura neste ano. Em Guarujá, aconteceu exatamente a mesma coisa com o ex-prefeito e candidato Farid Madi um pouco antes da campanha. Em Peruíbe, Gilson Bargieri, em 2008, teve a candidatura impugnada três dias antes da eleição. Em 2010 Beto Mansur e Luciano Batista fizeram a campanha de reeleição a deputado com a espada da Ficha Limpa no pescoço.
As questões judiciais tem influenciado decisivamente as disputas eleitorais.
Quando não decidem, atrapalham o julgamento do eleitor.
Em Santos, neste ano, a campanha de Paulo Alexandre Barbosa enfrentou boatos de impugnação o tempo todo. Em Cubatão, o mesmo tipo de arma foi utilizado pelos adversários da prefeita Marcia Rosa que disputava a reeleição.
De um lado, a culpa é dos próprios candidatos. Ou porque descumprem a legislação eleitoral ou porque fazem da disputa um vale-tudo e usam todo tipo de chicana jurídica para afastar os adversários da eleição ou pelo menos atrapalhar com boatos.
E de outro lado, a responsabilidade é das regras eleitorais. Se houvesse um limite de prazo antes da campanha para acusações e julgamentos, isso poderia ser evitado. Tipo aquele história antiga do casamento:
“Se alguém tem alguma coisa contra, diga agora ou cale-se para sempre”.
Se não houver espaço para acusações e rádio peão depois do início da campanha, a vontade do eleitorado vai poder se expressar com mais clareza.
E a democracia vai agradecer.