Blog do Paulo Schiff

Ideias e Opiniões sobre o cotidiano.

Arquivo para o mês “dezembro, 2012”

Contêineres de lixo

Santos adotou a colocação de contêineres para recolhimento do lixo. A medida divide opiniões.

Quem aprova, argumenta com a vantagem em relação ao hábito anterior. A grande maioria colocava simplesmente o lixo na rua embalado em sacos plásticos. Ou nos sacos próprios para lixo. Ou nas sacolas de supermercado. O lixo fica exposto a ratos, vira-latas e vândalos. Vai para as bocas-de-lobo e engrossa o coro das enchentes.

Os contêineres representam um avanço.

Mas têm de ser lavados com água, bem cada vez menos renovável, dizem os defensores do meio ambiente.

Ocupam vagas de estacionamento cada vez mais raras, dizem os motoristas.

Cheiram mal, argumentam os mais sensíveis.

Se o lixo fosse bem separadinho em cada residência e colocado na rua só na hora da coleta, os contêineres não seriam necessários. Mas ainda não existe essa cultura.

A opção seria a de lixeiras elevadas, nas calçadas, como já existem em alguns lugares. gradeadas com vãos largos para não reter lixo nem chorume (o líquido que se desprende dele), e não exigir lavagem.

Resumo da ópera: decisões que envolvem comunidades sempre são complicadas. Porque não dá para agradar gregos e troianos. Ou, mais contemporaneamente, galegos e baianos. 

Mãe posando só de calcinha

Você lembra bem da época em que tinha 9, 10 anos? Na escola, se você já entrou faz tempo na fase dos “enta”, era o primário. Que depois passou a se chamar Primeiro Grau e agora está na primeira metade do Ensino Fundamental. Lembra do medo da zoação dos outros, que hoje chamam de bullying?

Tente imaginar a reação que você teria naquela época se a sua mãe posasse semi-pelada, só de calcinha, para um calendário. Vivemos atualmente num período muito mais permissivo. Ainda assim, é pesada a experiência que os alunos de uma escola pública da super-européia e super-civilizada Espanha estão vivendo.

Em crise econômica aguda, o governo suspendeu o transporte público gratuito para os alunos que moram a distâncias menores que 3 quilômetros da escola. E o jeito que as mães acharam para arrecadar dinheiro para bancar o serviço foi vender um calendário em que elas mesmas posam em fotos sensuais.

Antes de apelar para o calendário erótico, as mães e pais promoveram protestos e panelaços. Como não adiantou nada…

A educação pública espanhola é citada como referência de qualidade no mundo todo. Um pacto celebrado entre todos os partidos políticos na década de 70 promoveu essa reforma e permitiu o salto de desenvolvimento que o país deu de lá para cá. A coisa foi séria. Trabalhadores abriram mão de reajustes salariais para que o dinheiro da educação engordasse. Professores passaram a ter dedicação exclusiva, mas com com jornadas semanais de 25 horas no Ensino Fundamental e de 20 no Ensino Médio.

Os espanhóis passaram a levar a sério essa coisa.

Bem diferente da nossa situação, em que a educação é prioridade em 100% dos discursos dos candidatos e esquecida a partir do primeiro dia de mandato por pelo menos 80% dos eleitos.

Na Espanha, a mobilização e a consciência da comunidade estão acesas. Uma das mães do calendário define bem o que quase todos pensam, lá como aqui, com exceção dos que ocupam cargos públicos:

“Se não há dinheiro para a educação, não deveria haver para nada”.

Como se dizia no século passado: “Falou e disse”. “Esgotou a questão”.

As tradições do Natal

A figura de Papai Noel tem todos os atributos do deus romano Saturno. Os cabelos e barbas brancas representam a maturidade e a sabedoria trazidas pela velhice, assim como a capacidade de se doar em presentes. Na Roma antiga, as festas saturnais eram comemoradas em dezembro.

O deus Natal, também dos romanos, recebia homenagens no solstício de inverno do hemisfério Norte, entre 20 e 22 de dezembro. Era a divindade que regia os nascimentos e os anjos da guarda. Mas as festas da natalidade são muito anteriores a Roma. Elas eram celebradas nessa época porque era a ideal para o sexo e a concepção das crianças que nasceriam livres do frio rigoroso do inverno europeu nove meses depois, com maiores possibilidades de sobrevivência.

O solstício de inverno é a noite mais longa do ano. A partir daí o Sol passa a dominar uma parte cada vez maior do dia por um período de 6 meses, até o solstício de verão.

Por isso a simbologia do Natal para nós do hemisfério Sul é incompreensível: neve e renas no auge do nosso calor.

No final do século IV a Igreja Católica resolveu adotar as comemorações pagãs e cristianizar o Natal, determinando 25 de dezembro como data de nascimento de Cristo.

São Bonifácio adotou para o Natal cristão o hábito romano de enfeitar uma árvore com maçãs para representar o renascimento: a vitória do calor sobre o frio, da luz sobre a escuridão e da vida sobre a morte.

E São Francisco de Assis, já no segundo milênio, introduziu o costume de representar o presépio onde nasce o Menino Jesus.

É interessante observar que tanto tempo, tantas transformações culturais e tanta tecnologia depois, essas tradições de origens tão diferentes se mantenham vivas.

Isso só acontece porque todas elas tem um vínculo de coerência com a mensagem de Cristo: vitória da luz, do calor do amor e do renascimento espiritual.

Feliz Natal!!!

Antiquiquíssimo

O advogado Rodrigo Marsaioli, um dos comentaristas do Jornal Litoral, da Rádio Mix, gosta de usar de vez em quando palavras que já não fazem mais parte do dia a dia. “Serelepe” para definir alguém agitado ou “portentosa” para qualificar alguma coisa grandiosa.

Um ouvinte, Paulo Maurício, nesta semana sugeriu algumas dessas expressões em desuso para o Rodrigo: “estupefato” para espantado, “apoteótica” para um grand finale e “prevaricação” para as maracutaias.

Trata-se de um fenômeno interessante esse da entrada e saída das palavras do vocabulário do cotidiano.

Na década de 60, a turma da Jovem Guarda comandada por Roberto Carlos popularizou expressões como “é uma brasa” para definir coisas boas e “mora” com o significado de “percebe”.

Hoje, as pessoas que chama as outras de “bicho” traem a linguagem dos anos 70.

E por aí vai.

Grandes poetas, como Carlos Drummond, sempre tiveram a capacidade de modificar a linguagem de sua época. “E agora José?”, “tinha uma pedra no meio do caminho” e “… se eu me chamasse Raimundo seria uma rima e não uma solução”

são só algumas delas.

Nestas últimas décadas tem sido os nomes de filmes, a publicidade da televisão e o jargão dos esportes, principalmente o futebol que têm desempenhado essa função.

Missão Impossível”, “ET”, “cartão vermelho”, “gol de placa”, “tiozinho da sukita”, “não é nenhuma brastemp” são só alguns exemplos.

Algumas palavras voltam da tumba. Vão para o arquivo morto por um período e depois ressurgem com um hiato de gerações. É o caso de “bacana”.

Outras nunca mais, como “brotinho” e “pequena”.

Algumas traduzem o clima da época. “Sabe com quem está falando?” definia a prepotência da época da ditadura militar no Brasil.

Não passou tanto tempo assim. Trinta anos. Mas esse “sabe com quem…” parece, como se dizia no século passado “antiquiquíssimo”.

Moderno x Arcaico

O abismo entre o novo e o velho na vida pública do país ficou mais escancarado nesta semana.

Num primeiro episódio, o ministro Luiz Fux, do Supremo, enfiou goela a baixo do presidente do Senado, José Interminável Sarney (PMDB-AP), o regimento do… próprio Congresso. Sarney tentou no melhor estilo dele, pautar com regime de urgência, por baixo do pano, o veto da presidente Dilma a alguns artigos da nova lei dos royalties do petróleo. Fux concedeu liminar suspendendo a sessão porque 3059 vetos estavam na fila e não podiam ser atropelados por aquele que interessava ao senador amapá-maranhense.

O próprio Fux também tinha interesse pessoal na história porque é do Rio de Janeiro, estado que seria o mais prejudicado pela derrubada do veto. E também porque chegou ao Supremo com um empurrãozinho político do governador de lá, Sérgio Cabral.

Sarney ainda tentou uma manobra que mistura cara-de-pau e prepotência: votar 3059 vetos de uma tacada só. Coisa de República Velhíssima. Não prosperou.

No outro episódio, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), lançou um balão de ensaio tosco. Como se estivesse na década de 60 ou 70, em plena ditadura militar, ameaçou dar asilo político no prédio do Congresso para os deputados ameaçados de prisão por causa do mensalão.

Algumas lideranças do PT já tinham tentado articular um “desagravo” nacional a José Dirceu e alguns outros condenados pelo mensalão. Desistiram porque alguns dias antes estourou o mega-escândalo dos “Bebês de Rosemary”.

Não que o Supremo seja uma Brastemp de modernidade. Mas tem mostrado, como nesses dois episódios, o lado guardião da lei, como exige a sociedade do século 21. Marco Maia e Sarney ainda estão na época do “jeitinho” e do “sabe com quem está falando?”.

2013

Você é pessimista ou otimista? A Poliana do livro de cabeceira das adolescentes do século passado ou o Hardy do desenho animado, aquele do “Ó Vida, Ó Azar”?

Se você olha tudo com lentes cinzentas, tem motivos para um olhar sombrio para o 2013 das cidades da Baixada Santista. Afinal, as lendas urbanas mais antigas continuaram no papel em 2012: aeroporto metropolitano, ligação seca Santos-Guarujá, Veículo Leve Sobre Trilhos, anel viário no entroncamento Anchieta / Cônego Domênico Rangoni em Cubatão. E algumas mais recentes também não decolaram: arena do Santos, Museu Pelé, viadutos no trecho em que a Imigrantes corta a área urbana de São Vicente…

Além disso, problemas crônicos caminharam para patamares de agudeza, principalmente a mobilidade urbana estrangulada nas divisas entre Santos e São Vicente, nas entradas de Santos e de Praia Grande, no trevo de Cubatão…

… e as torres de mais de 30 andares que começam a ameaçar a tradicional qualidade de vida da região. Algumas vão projetar a sombra sobre a praia…

O que saiu do papel e dá munição para os otimistas é a construção da sede da Petrobrás no Centro Velho de Santos e as obras da Embraport e da Brasil Terminais que ampliam a capacidade de movimentação de cargas do Porto de Santos. O Programa Onda Limpa, da Sabesp também evoluiu e abre perspectivas de praias mais próprias para o banho de mar no ano que vem e nos próximos.

Se você prefere as lentes cor-de-rosa, vai perceber que houve também evolução política. As eleições deste ano enxotaram do poder dois esquemas de 16 anos que tinham caído em marasmo absoluto em Santos e em São Vicente. Paulo Alexandre, em Santos, vem cheio de gás e articulação. Bili injeta sangue novo em São Vicente.

As administrações municipais de Guarujá e de Cubatão, com Maria Antonieta e Marcia Rosa enfrentaram problemas e desgastes. Mesmo assim, a população não caiu na tentação de voltar a um passado que não deixou nenhuma saudade.

Será que 2013 vai deixar no coração da gente, no futuro, essa saudade?

Um absurdo emendado no outro

O encaminhamento da questão dos royalties desvenda claramente como as coisas funcionam no Brasil. Ou melhor: como não funcionam.

A maioria dos parlamentares pertence a estados não-produtores de petróleo. Aí o Congresso aprova uma lei que distribui os royalties equitativamente para produtores, que arcam com questões como, por exemplo, os riscos ambientais, e não-produtores, que não enfrentam esse tipo de problemas. Seria mais ou menos assim: bônus para todos e ônus só para alguns.

Até os contratos em andamento passam a ser distribuídos assim.

A presidente Dilma vetou esse e alguns outros itens.

O Congresso vai derrubar o veto. Houve uma tentativa de fazer isso no regime de urgência.

Um ministro do Supremo, Luiz Fux, concede liminar numa ação dos estados produtores de petróleo contra o regime de urgência. Detalhe: o ministro é do

Estado do Rio de Janeiro´o que se sente mais prejudicado pela possível derrubada do veto porque passaria a receber muito menos do que recebe, com justiça, hoje. E a indicação de Fux para o Supremo contou com o apoio político do governador do Rio, Sérgio Cabral.

Se até aí a coisa já anda toda torta, com cada um votando pelo interesse próprio ou regional e todos se lixando para o bem público e para o equilíbrio, e com o Congresso tendo uma visão – a de que pode pautar um veto pelo regime de urgência – e o ministro do STF tendo outra – a de que não pode – o pior ainda está por vir.

É que sem o regime de urgência, o veto da Dilma a esses artigos do projeto dos royalties cai numa vala onde estão mais de 3 mil vetos que esperam votação no Congresso.

Três mil!!!!!!

Se entrar na fila, nunca mais vai ser votado.

Na prática, esse absurdo dá poderes imperiais ao presidente da república de plantão:

Vetou, tá vetado. E fim de papo!

Horroroso futuro possível

A idéia deste texto era a de imaginar o futuro. Reunir algumas tendências atuais – individuais e coletivas – e desenhar um cenário possível em que elas tivessem se universalizado. Algumas coisa como os romances clássicos do século passado 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, só que de maneira bem resumida.

As mulheres nesse futuro teriam, todas, mamas turbinadas e cabelos lisos. Os homens teriam a potência sexual do Viagra pela vida toda. Os corpos teriam o desenho das lipoesculturas e cirurgias de redução de estômago. Não haveria mais tristeza e depressão pelo efeito de Prozacs, Lexotans e Cia Ltda. Os dentes seriam implantados e perfeitamente brancos. Os casais, de todas as combinações GLBTT e heteros, teriam a duração limitada a um período de prazer sexual. Todos seriam sexualmente “completos” como nos anúncios de garotas de programa. O conhecimento seria absolutamente superficializado e igual para todas as pessoas, podendo ser obtido a partir de um chip instalado no cérebro. As câmeras de observação abarcariam todos os ambientes…. As calçadas funcionariam como escadas rolantes e o ar condicionado seria o nipresente.

Nesse cenário, a profecia de Andy Warhol, dos 15 minutos de fama, teria se transformado em legislação. Todos se tornariam celebridades instantâneas como um Big Brother, a Rosemary Fogueteira da década de 90, a Preta Gil ou o Romarinho.

Um consórcio formado pela Rede Globo, a BBC de Londres, a CBS dos Estados Unidos e a Televisa mexicana teria eliminado a concorrência e estabelecido padrão único para os meios de comunicação.

Esse quadro de horrores não combina com a diversidade produzida pela reprodução humana, sexuada. Mas a manipulação genética e a fertilização in vitro já teriam resolvido essa questão.

É horrível. Mas é uma possibilidade concreta.

As eleições nos tribunais

A decisão do Tribunal Regional Eleitoral favorável à prefeita Antonieta tem um componente surpreendente e estranho. É a “virada” do voto de dois desembargadores. Seria um absurdo a perda do mandato. A razão era gastos com publicidade no último ano superiores à média dos três primeiros. E para que isso se caracterizasse, os desembargadores não consideravam uma parte dos gastos de 2010, paga em em 2011, nem num ano nem no outro. Essa parcela sumia das contas Ainda assim, a tal virada de votos sempre levanta suspeitas da entrada em cena de fatores não relacionados à argumentação jurídica.

Se em Guarujá, com a prefeita diplomada, a situação se aclara, em Mongaguá, continua turva. Está mais para o segundo colocado, Arthur Prócida, a diplomação de terça-feira, do que para o mais votado, Paulo Wiazovski.

Essa angústia dos candidatos não acontece só nas cidades da Baixada, não. Ao todo, chegaram ao Tribunal Superior Eleitoral neste ano, quase 8 mil recursos referentes a registros de candidaturas. Cerca de 1500, ainda não julgados, podem interferir no resultado das eleições.

É uma situação absurda.

Mais ou menos metade desses processos se referem a problemas dos candidatos anteriores à campanha: contas reprovadas, uso da máquina, propaganda eleitoral antecipada, gastos excessivos com publicidade. Essa parte teria de estar zerada pela justiça eleitoral antes do início da campanha para não influenciar a decisão do eleitor.

A outra metade se refere às regras do jogo durante a campanha. Aí tudo bem: cartão martelo na primeira e vermelho na segunda para o candidato.

O absurdo fica ainda mais caracterizado quando se percebe que acontece de um candidato ficar inelegível por causa de 0,1% a menos de aplicação na educação porque uma tal despesa foi considerada não-educativa. E paralelamente não se sabe se deputados condenados criminalmente pelo Supremo por corrupção e formação de quadrilha devam ou não perder o mandato.

Cabe?

É o fim do mundo

O dia de ontem trazia um número todo especial: 12 / 12 / 12. Dia doze do mês doze do ano doze deste século. Dia, mês e ano com números iguais é coisa que só vai se repetir no próximo século, no dia 01 de janeiro de 2101. A não ser que se invente um mês 13 para homenagear o Corinthians campeão do mundo…

Na semana que vem outra data especial: 21 / 12 / 2012, suposto final do mundo previsto no calendário maia.

O filme e o livro sobre esse possível apocalipse não fizeram o sucesso que os produtores esperavam. Nem no Brasil, mesmo com aquela cena impressionante que mostrava a estátua do Cristo Redentor do Rio de Janeiro destruída pela força das águas.

Tem gente assustada com a proximidade desse dia 21, sexta da semana que vem. Tem gente que aproveita para fazer marketing em cima. Uma universidade daqui da Baixada convida para o Fim do Mundo, na verdade uma confraternização de final de ano na véspera, dia 20. No convite, o traje é definido assim: adequado para estar usando no fim do mundo.

Muitas brincadeiras também estão sendo feitas. Uma delas é a de que os corintianos vão ter pouco tempo para zoar os torcedores dos outros times com o campeonato mundial: só cinco dias.

Nos últimos anos, o fantasma do aquecimento global anda assombrando o planeta. Apagões, ressacas, tsunamis, terremotos, furacões e ondas de calor são associados a ele. A previsão maia abarca tudo isso e acrescenta a ameaça nuclear, asteróides gigantes, cometas desgovernados e até o anti-cristo…

O final do século passado também carregava essas previsões sombrias e mais a do bug do milênio, que travaria os computadores na passagem de 1999 para 2000, que na verdade era o último ano do século passado. Não aconteceu nada.

Sobre esse tipo de coisa se encaixa perfeitamente uma frase inspirada de um grande político brasileiro do passado, Carlos Lacerda:

O futuro não é que tememos, é o que ousamos.”

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