Blog do Paulo Schiff

Ideias e Opiniões sobre o cotidiano.

Arquivo para o mês “julho, 2012”

Novela, futebol e mensalão

Na semana passada o Santos jogou na quinta-feira em Minas, contra o Galo, líder do campeonato. O horário do jogo coincidiu com o da novela. Ou porque o time venha capengando no Brasileirão ou porque o enredo seja muito envolvente, vários torcedores usaram muito revezaram a sintonia entre o SporTV e a Rede Globo.

Nas próximas semanas o Peixe e os outros times brasileiros vão ter outro concorrente pesado na audiência da televisão: o julgamento do mensalão promete fortes emoções.

Seja porque os personagens dessa trama tenham se tornado celebridades – de José Dirceu a Marcos Valério -, seja porque exista uma demanda muito reprimida para ver punição de corruptos no país, seja porque a sombra do presidente Lula paire não tão discretamente assim sobre a quadrilha, a novela do mensalão vai dar Ibope alto.

As reportagens sobre os bastidores já mostram esse potencial de curiosidade do distinto público.

Zé Dirceu e Marcos Valério posando de santinhos de um lado, Luxemburgo e Felipão com declarações polêmicas de outro e Adriana Esteves e Ísis Valverde com caras e bocas no meio. Haja controle remoto!

Formadores de opinião já conhecem o relatório do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de que as provas contra Dirceu e Cia são sólidas. Cairia assim por terra as teses lulo-petistas de farsa, de tentativa de golpe e de crime apenas eleitoral.

O cearense Roberto Gurgel é arretado. O presidente Lula talvez tenha se arrependido de ter escolhido o nome dele para o cargo na lista tríplice em 2009. Agora é tarde.

É tarde também para se arrepender da indicação de Joaquim Barbosa logo no início do primeiro mandato, em 2003. O relator transformou em réus aqueles por quem Lula está pronto para jurar pela inocência.

O julgamento promete desvendar, finalmente, a verdadeira saga dos mensaleiros. Vem aí a estréia. Depois é só torcer nas próximas rodadas. Ou nos próximos capítulos.

Desproteção

Duas perguntas básicas de ouvintes do Jornal Litoral, da Rádio Mix, nesta semana. Foram feitas pelo telefone:

  1. Até quando vamos conviver com mortes e ferimentos em crianças e adolescentes em brinquedos por descuido com manutenção e falta de fiscalização?

  2. Por que todo mundo sabe que assaltos a motoristas são realizados na Imigrantes, nos semáforos do trecho urbano de São Vicente, e na Anchieta, perto da divisa Santos-Cubatão e nenhuma ação preventiva é adotada?

As duas questões são irrespondíveis.

No primeiro caso, são duas mortes só neste mês de julho. Uma garota de 4 anos morreu depois de ser atingida por uma viga de sustentação de um balanço de playground, em um hotel de luxo em Águas de São Pedro. David Meira, de 19 anos, jogador de basquete, morreu na semana passada em Brasília, como consequência dos ferimentos provocados pela queda de uma tabela de basquete sobre ele num treino. Se a gente somar a morte da adolescente Gabriella Nishimura, de 14 anos num brinquedo do Hopi Hari, em Vinhedopor falha da trava de segurança em fevereiro…

Falta manutenção de um lado e rigor na fiscalização de outro.

Quanto aos assaltos, qualquer pessoa que mora nas cidades da Baixada tem uma história para contar daquele ponto da Anchieta entre Santos e Cubatão ou dos da Imigrantes em São Vicente. Qualquer pessoa… É só perguntar. Todo mundo sabe que o perigo mora ali.

Ora, a Polícia Militar diz que as ocorrências são todas mapeadas em relação a lugares e horários. Então porque não são executadas ações que impeçam – ou pelo menos inibam – a ação dos bandidos? E a Ecovias? Na hora de cobrar pedágio é rigorosa. Na hora de proteger o motorista…

Um mistério.

Nos dois casos fica o sentimento de desproteção do cidadão que paga impostos para ter a fiscalização da manutenção dos brinquedos e equipamentos e garantia de segurança para exercer o direito constitucional de ir e vir.

Brigas sem contra-indicações

A multiplicação das teorias da conspiração é um efeito colateral da explosão da internet e das redes sociais. Uma elucubração mais cabeluda que a outra. Antes da internet elas eram raras. De vez em quando aparecia uma. Que o Elvis Presley não tinha morrido. Que o Tancredo Neves tinha tomado um tiro na missa e que a repórter Gloria Maria, da Rede Globo, tinha visto. Que a Aids tinha sido desenvolvida em laboratórios dos Estados Unidos…

Agora elas aparecem às dúzias. Tem para todos os gostos.

É verdade que as técnicas de marketing, a contrainformação, o sensacionalismo dos meios de comunicação e a espionagem montaram uma salada em que fica difícil saber quem é herói e quem é vilão, quem é a princesa e quem é a garota de programa.

No meio dessa quizumba, tem de ter a percepção muito apurada para distinguir o que é espontâneo do que é pura armação.

O cientista político Fernando Chagas apontou, nesta semana, no Jornal Litoral, da Rádio Mix, uma dessas ações que parecem naturais e que são, na verdade, cuidadosamente planejadas.

Ele chamou a atenção para a série de boas causas que a presidenta Dilma Roussef passou, de repente, a defender com unhas pintadas e dentes clareados.

Começou com a redução dos juros dos bancos. Quer briga melhor do que essa?

Quando passou o efeito da cruzada contra os banqueiros, veio a chacoalhada nos planos de saúde. Nunca antes na história deste país alguém tinha defendido os usuários desses abusos, tipo demora para consulta…

O povo ainda nem tinha se recuperado da surpresa e já veio a punição às operadoras de celular.

É provável que mais castigos venham por aí. Nesta semana Dilma já andou rosnando contra as demissões nas montadoras de automóveis: “Se demitir, acaba redução de IPI”.

Popularidade de presidente é índice atrelado de corpo e alma ao desempenho da economia. Em ano que em que o PIB vai ter crescimento bem magrinho e em que as crianças ainda não recebem o cuidado que merecem, aponta Fernando Chagas, nada melhor, como estratégia de marketing, do que comprar essas brigas sem contra-indicações…

Parque Anilinas e Toninho Campos

Hoje é um dia muito especial para Cubatão. A cidade ganha duas salas de cinema no novo complexo de lazer instalado no Parque Anilinas. A partir de amanhã os cubatenses passam a poder ir ao cinema na própria cidade. Uma terceira sala faz parte do projeto mas ainda não está pronta. Vai ter uso misto: teatro e cinema.

O dia de hoje é muito especial também para o empresário Toninho Campos, que vai ter a operação das duas salas e da parte de cinema da terceira.

Toninho nasceu numa família que tinha vários cinemas em Santos. Apaixonado pelos filmes, continuou com os negócios do pai.

A transformação que varreu os cinemas de rua do cenário, quase levou e empresa dele. Obstinado, batalhador, conseguiu adaptar o cinema que sobrou, o Roxy, para multiplex e sobreviveu como cinema de rua.

Santos tem esse tipo de sala graças exclusivamente a ele. Todos os outros cinemas de rua desapareceram da cidade engolidos pelo esquema de shoppings.

Toninho Campos conseguiu manter o Roxy, no princípio com 4 salas e de um tempo para cá com 5.

Incorporou o sistema multiplex e se adaptou. Passou a enfrentar as gigantes desse mercado. Tanto que agora tem mais 6 salas no Shopping Brisamar, em São Vicente, e 4 no Pátio Iporanga, em Santos,

Hoje inaugura duas das três do Parque Anilinas, que pode ser olhado como um shopping de lazer.

Os dois cinemas de Cubatão são totalmente digitalizados, equipamentos de ponta.

Vão fazer parte de um parque conquistado pela cidade e de um pequeno império de salas de cinema construído com empenho, determinação e muita, muita criatividade.

Cubatão está de parabéns pelo belíssimo parque que ergueu. E Toninho Campos, também, por ter se tornado um empresário metropolitano, com cinemas em Santos, São Vicente e Cubatão, e versátil, com cinemas de rua, de shopping e agora de um parque.

Mesquinhez política

Luciano Batista (PSB) recebeu o diploma de deputado estadual na semana passada. Assumiu o mandato. Luciano teve 52 300 votos em 2010. Uma façanha. Quase um milagre. Porque fez a campanha toda com uma espada no pescoço: o registro da candidatura ameaçado pela Lei da Ficha Limpa. Problemas desse tipo quase sempre provocam derrotas nas urnas.

Você, eleitora / eleitor, pode simpatizar ou não com o deputado vicentino. Mas é forçoso reconhecer que ele perdeu 1 ano e 4 meses do mandato por uma baita injustiça. Que já foi descrita neste espaço do DL mais de uma vez nesse período.

Como presidente da Câmara de SV no período 2001-2004, ele recebeu salários acima do que a Constituição permite. Só que esses salários tinham sido estabelecidos por lei pela Câmara anterior, em dezembro de 2000, e nessa época Luciano Batista não era vereador. Quando o Tribunal de Contas apontou a irregularidade, ele devolveu o dinheiro com correção. Portanto sanou a ilegalidade que não tinha provocado.

A cruzada pelos tribunais eleitorais que começa depois da eleição e só termina agora é bastante reveladora dos bastidores do judiciário e dos partidos políticos.

Advogados que circulam pelos tribunais superiores dizem que Luciano Batista só recuperou o mandato porque o caso caiu, no TSE, nas mãoo do ministro Marco Aurélio de Mello, inacessível a lobistas e rigoroso na análise dos fatos.

Todo tipo de recurso jurídico já tinha sido utilizado, com sucesso, pelo suplente que ocupava a vaga, Orlando Bolçone, do PSB lá de São José dos Campos. Esse tempo todo, quase metade do mandato, é produto de pedidas de vistas, recursos acolhidos, adiamentos etc..

O segundo aspecto, também impressionante, é o político. Luciano Batista diz que se sentiu, nessa luta, completamente abandonado pelo partido. Aí é que a coisa pega. O partido é presidido por Márcio França, deputado federal que também é vicentino.

Ainda que os dois mantenham rivalidade na política de São Vicente, esse abandono não poderia ter acontecido. Porque o mandato de deputado estadual é extremamente importante não só para São Vicente como também para toda a região.

Se houve realmente esse abandono apontado pelo por Luciano Batista, trata-se de caso agudo de mesquinhez política.

Vida civilizada ameaçada

A questão da violência urbana no Brasil está rompendo os limites da convivência civilizada. Já invade o campo da barbárie. As duas mortes desta semana, em perseguições policiais em Santos e em São Paulo, merecem uma profunda reflexão não só do governador e da presidenta, mas também de cada um de nós.

Policiais, utilizados como tábuas de tiro ao alvo por bandidos a serviço do crime organizado, estão todos à beira de um ataque de nervos. Só isso pode explicar uma reação tão estúpida quanto os tiros que mataram esse publicitário e esse jovem. E a comunidade não sabe se tem mais medo desses marginais, cada vez mais cruéis, ou da polícia que devia prestar proteção contra eles.

Nesta semana, um senhor de 71 anos reagiu atirando num bandido adolescente em Sâo Paulo durante um assalto. As imagens foram repetidas até a exaustão no Brasil Urgente do Datena. Uma enquete no programa, relativa à reação do idoso, registrou uma impressionante aprovação de mais de 95%. Mesmo dando o desconto de que os participantes da pesquisa são telespectadores desse tipo de programa, é preciso prestar atenção nesse índice.

Ele traduz o sentimento de desproteção absoluta do cidadão diante do criminoso. Aprovar o bangue-bangue é retroagir ao século 19, época dos filmes que retratam o Velho Oeste nos Estados Unidos.

Mas a comunidade aprova e essa aprovação caminha para a unanimidade. Seria a mais burra de todas as unanimidades. Porque um dos pilares da vida civilizada é justamente a proteção ao cidadão.

Mais de uma vez se escreveu neste espaço que a segurança é uma conquista da comunidade e não um presente que vem de cima para baixo por iniciativa das autoridades. E isso continua sendo verdade.

O problema é que existe um mínimo de segurança que compete a essas autoridades. Um mínimo que garanta pelo menos a convivência civilizada. E neste momento, nem esse mínimo o país está recebendo dos governantes.

E o remédio contra a preguiça?

Se tivesse acontecido há dez, quinze anos, provavelmente ganharia muita repercussão. Mas neste 2012, as pessoas parecem enfastiadas de tantas conquistas maravilhosas da ciência. Assim, ninguém deu muita importância a duas notícias que vieram do campo da medicina.

A primeira delas se refere à Aids, pavor dos anos 80 e início da década de 90, mas já meio domesticada pelo coquetéis de drogas neste século.

Pela primeira vez, a rigorosa agência de saúde dos Estados Unidos, FDA, aprovou um medicamento para a prevenção do HIV , vírus da AIDS. O Truvada está indicado para adultos ainda soronegativos, mas que estão em risco de contaminação.

A outra notícia tem relação com o Alzheimer, uma das grandes assombrações atuais em função do aumento expressivo da expectativa de vida do ser humano nas últimas décadas.

A droga Gammard, da Baxter, também conhecida como imunoglobina intravenosa, já era utilizada para ajudar a retirar as placas amiloides que se acumulam nos neurônios dos pacientes.

Agora, testada em 11 participantes durante três anos de um estudo, provocou melhoras em todos, em capacidades mentais, comportamento e funções do dia a dia. Os quatro que receberam as doses mais altas por 36 meses não tiveram piora em testes de cognição, memória, funções cotidianas e humor.

Dois milagres da ciência que encheriam de entusiasmo nossos país e avós. Mas que não conseguem o mesmo efeito com as gerações atuais.

Talvez por que curiosamente, na mesma semana em que as duas conquistas são anunciadas, uma outra estatística mostra que a saúde depende mais de comportamento e menos de drogas milagrosas: cinco milhões e trezentas mil pessoas morrem a cada ano no mundo por falta de atividade física. O sedentarismo mata tanto quanto o cigarro e a obesidade!!!

E contra a preguiça, a ciência ainda não encontrou nenhum remédio.

O nazista e o celular

Duas notícias desta semana merecem um comentário:

  1. O encontro, em Budapeste, de um ex-nazista considerado criminoso de guerra pelos judeus. Laszlo Csatary, 97 anos, é apontado como cúmplice na morte de 15.700 judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

  2. A notícia de que para cada 4 seres humanos já existem 3 aparelhos de telefone celular no mundo.

No caso do encontro de Laszlo Csatary, vários aspectos muito impressionantes. O primeiro é o da obsessão dos judeus pela vingança. Só uma sede de retaliação irracional pode justificar procurar uma pessoa por tanto tempo. A guerra acabou em 1945 !!! Faz 67 anos !!! E judeus, filhos e netos continuam tentando achar pelo mundo um velhinho de 97 anos !!! Que mal ele pode fazer a alguém? A competência do sujeito para escapar desses rastreadores obsessivos também merece ser registrada. Nem Osama Bin Laden mostrou tanta habilidade com esconderijos.

Quem acompanha esta página do DL já deve ter lido em outros textos o ponto de vista que defendo: o de que as bombas atômicas dos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagasaki tem carga de desumanidade criminosa no mínimo equivalente à dos campos de concentração. Por que será que nenhum desses judeus persegue os pilotos que despejaram essas bombas ou os políticos e comandantes militares que deram a ordem do bombardeio?

Em relação aos celulares, eles representam uma das mais impressionantes revoluções tecnológicas da história da civilização. Em alguns países o acesso ao celular é mais amplo do que à eletricidade, água tratada ou ao onipresente sistema bancário.

No Brasil, o número de celulares já é maior que o de habitantes. As pessoas têm chips de mais de uma operadora para se beneficiar da redução de tarifas nas ligações para aparelhos da mesma empresa de telefonia.

O smartphone executa praticamente todas as funções de um escritório do passado. Celulares salvam vidas, evitam crimes, derrubam as mentiras de ditadores como o da Síria e dão possibilidades a cada pessoa de se tornar um empreendedor com despesas mínimas.

A familiaridade não permite que a gente perceba. Mas o celular é uma das sete maravilhas da tecnologia.

O salto de desenvolvimento ameaçado

A Região Metropolitana da Baixada Santista está em pleno ar, num salto de desenvolvimento. Pode bater o recorde de crescimento econômico entre todas as regiões do país nesta década. O impulso é duplo: a exploração do pré-sal da Bacia de Santos e a expansão do Porto.

Dois fatores, entretanto, ameaçam o sucesso desse salto:

1) O apagão logístico que mostra as unhas cada vez que se estuda os números do potencial de crescimento do Brasil.

2) A ameaça de colapso da mobilidade urbana na própria Baixada. O sistema viário das nove cidades permaneceu praticamente com o mesmo desenho nos últimos 30 anos. Mas o acesso rodoviário foi muito ampliado: Trecho Sul do Rodoanel, pista de descida da Imigrantes, duplicação da Padre Manoel da Nóbrega, construção da Rio-Santos. E a frota, tem, dramaticamente, duplicado a cada dez anos. Tradução: muito mais veículos chegando e circulando num sistema viário já com sintomas de saturação.

Empresários e autoridades têm se debruçado sobre essa questão para buscar alternativas que não abortem esse salto de desenvolvimento em pleno ar. Aqui vão algumas prioridades apontadas por eles.

1) A necessidade de implantação de um modelo novo de gestão portuária e de trabalho portuário. Precisa haver uma readaptação do modelo adotado na Lei 8630 / 93, que completa 20 anos em 2013, à realidade atual. Os Órgãos Gestores de Mão de Obra – OGMOs – criados pela lei, escalam trabalhadores portuários avulsos. As empresas de operação preferem vincular os funcionários. E algumas situações complexas, como aconteceu recentemente em Santos, em que os avulsos contestam os critérios de escalação do OGMO, têm exigido mediação do Ministério Público do Trabalho. Novos componentes atuam institucionalmente, como a Agência Nacional de Transportes Aquaviários – Antaq – e a Secretaria Especial de Portos – SEP. Algumas distorções precisam ser corrigidas como a distribuição de atribuições: no caso de portos, os de água salgada estão na SEP e o de á gua doce no Ministério dos Transportes.

A distribuição da movimentação portuária pela dia todo também é apontada como necessidade. A operação portuária em Santos já tem nível de produtividade equivalente aos dos portos do mundo desenvolvido. O Porto também já funciona 24 horas na movimentação de cargas. Mas os outros intervenientes do processo precisam incorporar esse regime para que a desconcentração horária beneficie toda a movimentação e alivie os sistemas viários e rodoviários do litoral. Alfândega, dentro e fora do Porto, Polícia Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa e donos de cargas precisam se planejar para operar 24 horas. As filas de navios na entrada do Porto de Santos em época de safra provocam prejuízos milionários nas embarcações paradas.

Outra necessidade quase dramática, é a diversificação dos modais de acesso ao Porto. A execução de projetos e obras para ampliação da participação dos modais ferroviário e hidroviário nesse acesso é urgente não só para evitar o colapso da mobilidade urbana nos municípios portuários mas também para redução do custo rodoviário que afeta a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.

2014 já começou

A eleição deste ano ainda nem rolou. Mas já tem um monte de gente pensando na de 2014.

O vice-presidente Michel Temer já andou dizendo que a candidatura de Dilma à reeleição não é conceito consolidado. Para o vice, a possibilidade de se candidatar não significa obrigatoriedade de entrar na disputa. Elementar. Ninguém precisa explicar isso. Quando explica, é pra dizer que outras possibilidades, leia -se a volta de Lula, são mais cintilantes.

Dilma contra-ataca articulando a reeleição.

Mas o líder dela na Câmara, Arlindo Chinaglia, anda dizendo que o próprio Lula já se declara candidato em 2014.

Os analistas políticos percebem nesse movimento mais um erro de Lula. O ex-presidente era olhado como infalível no feeling. Mas errou feio ao tirar foto com Maluf. Rifar a presidente Dilma agora seria preparar outro fracasso.

Pode ser. Mas também pode ser um tiro certeiro.

Fracasso se a movimentação de Lula implantar no governo Dilma desde já um clima de fim de feira. Presidente que vai deixar o poder, vira “pato manco” nos Estados Unidos. No Brasil, dizem que toma cafezinho frio. Se isso acontecer com Dilma, a oposição pode crescer e um Aécio animado pode atrapalhar a volta triunfal de Lula.

Tiro certeiro se a crise internacional cortar as asas do crescimento brasileiro que se desenhou com Lula. Economia derrapando derruba presidente. Aí Dilma, mesmo forte no partido, poderia estar fraca com o eleitor e correr riscos na reeleição.

Já Lula, lembra ao eleitor o tal período em que a crise chegou aqui só como marolinha.

Dilma, nesse caso, arcaria com a responsabilidade (que não é dela e sim do cenário internacional) do momento mais difícil do Brasil, esse em que a redução de juros e impostos não consegue inflar o PIB. E Lula volta fantasiado de salvador da pátria.

É…2014 já começou.

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