É hoje
Vale mais a razão ou a emoção hoje?
Não a emoção de viver a plenitude da democracia. Mas sim o critério de escolha. Você escolhe com cabeça ou com o coração?
O dia da eleição representa o momento maior das nações democráticas. Votar tem o significado de decidir o próprio destino. Para quem viveu os períodos sombrios de ditaduras no Brasil, bate essa emoção. Coisa para quem tem mais de 40. Quem tem menos de 30 vê a eleição como coisa natural – sempre foi assim. E até tediosa. “Como é chato esse horário eleitoral!”.
Viver sob o domínio de quem não foi escolhido pela maioria para isso, é renunciar à liberdade e à autonomia. O ditador é para a nação mais ou menos assim como um tio que manda em você. Escolhe onde você vai morar, que carreira vai tentar no vestibular e até com quem você vai casar. Insuportável.
Mas a democracia também é sofrida. Porque é processo. Demorado. Não tem como queimar etapas.
Nesses 30 anos de democracia, 23 dela completa com a escolha do presidente, o cenário brasileiro mudou para muito melhor. As crianças estão todas na escola. O produto brasileiro concorre no mercado internacional. A gente conhece melhor os nossos problemas. A renda está um pouquinho melhor distribuída. A moeda estabilizou. A impunidade do colarinho branco já não é absoluta.
Ainda falta muita coisa. A violência come solta. Nossos alunos ficam na rabeira das avaliações internacionais de aprendizagem. As empresas desrespeitam os consumidores. A justiça é tão lenta que vira injustiça.
Mas você percebe como já conhece esses problemas? Em 1979, último ano do presidente Geisel, da ditadura, a segunda causa de morte no Brasil era a diarréia. Mas o país não sabia disso. Então não tinha como consertar.
E para consertar coisas desse tipo, só tem um caminho. O voto. Com a razão e COM a emoção.