Sexta-feira de caos
A sexta-feira estava mesmo predestinada ao caos. Reuniu um elenco de complicadores talvez nunca reunido antes:
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Chuva fortíssima
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Greve no Porto de Santos
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Protesto de caminhoneiros em Guarujá
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Deslizamento de encostas na Anchieta e na Imigrantes.
O resultado foi um pandemônio. Motoristas pediam socorro na Dom Domênico Rangoni completamente parada desde a manhã. O desespero se repetia na entrada e na saída de Santos do meio da tarde em diante. Em alguns pontos de Cubatão e São Vicente o trânsito parou em função das inundações.
Quem ia, não foi. Quem estava no caminho e conseguiu voltar, deu sorte. Pais não conseguiram buscar filhos na escola. Algumas pessoas tiveram de dormir inesperadamente em hotel ou em casa de amigos. Transtornos de todos os tipos.
É certo que o conjunto de complicadores reunidos por essa sexta-feira caótica tão cedo não vai se repetir. Mas não é menos certo que há um conjunto de gargalos para a mobilidade urbana e para a logística de acesso ao Porto de Santos que encaminham o sistema viário e rodoviário rapidamente para o colapso. A sexta-feira deu uma amostra não-grátis desse caos anunciado.
O Trevo de Cubatão, a Rua do Adubo em Guarujá, a Dom Domênico Rangoni, a entrada de Santos, o trecho vicentino coalhado de semáforos da Imigrantes, a travessia por balsas entre Santos e Guaruja, transversal à entrada e saída de navios… Os pontos-problema estão todos carecas de tão conhecidos.
Para todos eles existem projetos (no caso da entrada de Santos, projeto conceitual) em andamento. Andamento de tartaruga.
A frota dobra a cada seis, sete anos. O número de carretas aumentou 150% em vinte anos.
Um dia a casa cai. Está chegando a hora em que todos os dias vão ser que nem essa sexta-feira.