Blog do Paulo Schiff

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Bili e Paulo Alexandre

Dois prefeitos da nova safra estão sendo observados com muita curiosidade pela comunidade da Baixada Santista a partir de hoje: Paulo Alexandre, de Santos, e Bili, de São Vicente.

Os dois desbancaram esquemas de poder que estavam encravados nas duas prefeituras há 16 anos.

E as semelhanças param por aí.

Paulo Alexandre recebe uma máquina de um lado irrigada fartamente por uma arrecadação bilionária e de outro um tanto enferrujada nos últimos anos por falta de uso por um prefeito blindado no gabinete e com apetite político zero.

O trânsito se degrada a cada dia e a CET é mais xingada que mãe de juiz de futebol. A entrada da cidade se transformou num calvário. E a qualidade de vida está ameaçada pela ganância de alguns empresários da construção. Esses são alguns dos nós em que ele vai ter de mostrar serviço rapidamente.

O prefeito de Santos deve ter vida tranquila na Câmara, pelo menos no início. Elegeu bancada majoritária e vai ter na presidência um vereador criterioso e em ascensão.

Além disso deve contar também com o auxílio luxuoso do governo estadual tucano que pela primeira vez tem um correligionário prefeitando em Santos.

Em São Vicente, o PP do prefeito Bili não elegeu nenhum vereador, as contas e os salários estão atrasados, a máquina está super-inchada, os problemas de infra-estrutra e serviços públicos têm nível dramático e a arrecadação fragilizada não sugere nenhum investimento capaz de apagar esses incêndios.

O prefeito vai enxugar a estrutura e um bom pontapé inicial político seria trazer o deputado estadual Luciano Batista, dissidente do PSB derrotado, para ajudar na viabilização a toque de caixa, com dinheiro estadual, dos viadutos do trecho urbano da Imigrantes na cidade.

A comunidade espera dos dois pelo menos um pouco de empenho nas questões metropolitanas que foram completamente abandonadas nos últimos anos.

Mega-lambança de carreta

Faz algumas semanas, o assunto aqui neste blog foi o de uma carreta carregada com material de construção que provocou uma quizumba no trânsito do Canal 3, em Santos. Primeiro foi uma tentativa – desdobrada em várias etapas angustiantes para quem ficou no congestionamento provocado por ela– de tentar a conversão da Rua Luiz Suplicy para a avenida Washington Luiz, a do Canal. Depois, o capítulo mais grave: o motorista tentou fazer uma conversão em U na ponte em frente à Rua Luiz de Faria e a carreta entalou. Ocupava a ponte toda e mais três pistas de rolamento do Canal 3. Se avançava, obstruía completamente o sentido praia-Centro e deixava uma pista livre do outro lado. Quando engatava uma rezinha, vice-versa.

A tragicomédia se desenrolou por mais de meia hora sem a presença de nenhum agente da CET, a Companhia de Engenharia de Trãnsito. Não presenciei o desfecho que deve ter sido um recuo na contramão na Luiz de Faria.

Lembrei desse episódio ontem. Em São Vicente, a lambança do motorista de Santos foi superada em non sense. Com folga.

Um monstrengo com pouco mais de 86 metros de comprimento e cerca de 5,5 metros de largura e sabe-se lá quanto de altura invadiu indevidamente e surrealisticamente duas das três faixas da Avenida Antonio Emmerich. E ponto. Ficou lá. O pessoal do trânsito vicentino fez de tudo para tentar uma operação retirada durante o dia. Mas não foi possível.

Um trambolho.

De manhã cedinho um motorista de ônibus ligou para a Rádio Mix reclamando. No final da tarde um motoqueiro retirou os cavaletes que estavam do lado da carreta e permitiam a passagem de apenas um carro de cada vez, para que as motos passassem junto.

Os dois episódios mostram que a formação de efetivos dos organismos de trânsito com a multiplicação de agentes nas duas cidades nos últimos anos deixou alguns buracos negros.

Não tem sentido coisa desse tipo acontecer na época atual.

Missão para os novos prefeitos.

Como entender?

O eleitor de Santos tem razões que a própria razão desconhece.

À primeira vista é isso que parece. Como entender que o candidato apoiado por um prefeito que completa dois mandatos e se mantém super-bem avaliado fique em terceiro lugar nas pesquisas?

Uma das explicações seria a de que o morador da cidade aprove a figura do prefeito mas não o governo dele. Deve ter um pouquinho disso.

Outra explicação, a de que a gestão do prefeito tenha sido boa para um determinado momento mas de que a partir de agora sejam outras as necessidades que o eleitor detecta na cidade. Talvez exista uma pitada desse tempero, também.

Uma terceira, a de que o santista esteja começando a se incomodar com o rumo que as coisas tomaram. Aqui talvez esteja um motivo mais forte para a troca de comando na Prefeitura.

Não adianta vir com a conversa de que o transporte coletivo tenha qualidade ruim, o ensino público municipal pior ainda e a rede básica de saúde esteja capenga. Isso porque alguma coisa em torno de 2/3 dos moradores têm planos de saúde, se deslocam de automóvel e colocam os filhos em escolas particulares. Não é isso que pega.

O trânsito, sim. Xingar a CET é um dos passatempos preferidos na cidade. Ficou mais do que evidente que nos últimos 15 anos Santos não se preparou um nadinha para esse colapso de caçapa cantada. Daí para desconfiar de que essas torres que se multiplicaram nos últimos anos estejam sendo erguidas com a mesma falta – absoluta – de planejamento… é só um passo. E, por sinal, bem pequeno.

Os critérios da CET

Quem está envolvido nem percebe. Mas para quem está de longe fica muito estranho. Incompreensível.

São dois episódios envolvendo a Companhia de Engenharia de Trânsito de Santos –  CET.

O primeiro episódio é o do sumiço de peças e de veículos nos pátios da empresa. O escândalo foi detonado por um leitor daqui do DL que denunciou um caso acontecido com ele. Não se trata do desaparecimento de um ou dois carros e duas dúzias de peças. São dezenas de automóveis. Teve até leilão de carro remontado com peças roubadas.

Os pátios eram administrados por uma empresa chamada Martha’s. Primeiro o presidente da CET, Rogério Crantschaninov, tentou minimizar o caso e manter o contrato da Martha’s. Depois desistiu dessa insensatez e o contrato foi revogado.

Neste caso, apesar da empresa ter tido a imagem transformada em casa-de-maria-joana, ninguém até agora foi punido.

Já no final do ano passado, houve críticas à empresa postadas por funcionários nas redes sociais. Algumas das críticas, inclusive, justíssimas. Porque o foco era justamente essa negligência, esse desleixo ou essa conivência com a empresa que tomava conta dos pátios como se fosse uma raposa cuidando de um galinheiro. Outras com relação à manutenção e limpeza dos  vestiários.

Além das críticas, também foi postado no facebook um incentivo para a doação de sangue no final do ano para que os funcionários escapassem do plantão da operação especial do reveillón.

Neste caso, houve agilidade da direção da CET. Os funcionários já estão todos punidos. Alguns, inclusive, com demissão com ou sem justa causa.

Para quem olha de longe, fica super-estranho. Porque no episódio grave, a punição demora. Será que um dia vai chegar? Já no caso das reclamações no facebook, punições duras e rápidas.

Será que para a direção da CET de Santos postar críticas em uma rede social da internet é crime mais grave do que fazer ou deixar desaparecer dos pátios da empresa peças e veículos?

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