Blog do Paulo Schiff

Ideias e Opiniões sobre o cotidiano.

Arquivo para a tag “Dilma”

Corrida presidencial

O jogo de 2014 já começou

O jogo de 2014 já começou

Aécio Neves decidiu disputar a presidência do PSDB nacional em maio. É provável que nenhum adversário se apresente e que, assim, o senador mineiro seja eleito por aclamação.

Marina Silva apresentou ao país a nova sigla partidária com nome diferente: Rede Sustentabilidade.

Dilma Roussef, ao lado do ex-presidente Lula, festejou ontem, com pompa, circunstância e muita auto-louvação, os 33 anos do PT e os 10 anos do partido no poder federal. E, pelo sim pelo não, incluiu mais 2,5 milhões de famílias no Brasil Sem Miséria.

As movimentações dos presidenciáveis mostram que o pós-carnaval inaugurou pra valer o pré-eleitoral de 2014.

Na verdade, a corrida presidencial já tinha mostrado o ar da graça durante o carnaval. O governador Eduardo Campos (PSB) dançou frevo e maracatu em oito cidades pernambucanas e até subiu ao palco, em Recife, com Caetano Veloso.

O jogo já começou.

Dilma é favorita disparada. Mas morre de medo de outro pibinho. Reeleição com economia estagnada sempre é mais complicada.

Aécio tem de concorrer. Uma porque é o presidenciável do PSDB. E outra porque até mesmo uma derrota para Dilma agora pode servir para pavimentar a campanha de 2018.

Eduardo Campos está mais ou menos na mesma situação. Com a diferença de que pode brincar como pré-candidato e depois virar vice ou de Aécio ou de Dilma. É noiva cobiçada.

E Marina? Saiu com uma imagem positiva da campanha presidencial pelo PV em 2010. Mas continua sendo olhada como uma estranha nesse ninho, alternativa, monotemática.

Se nada muito diferente acontecer, como um novo escândalo da dimensão do mensalão, o jogo é mesmo de Dilma e a herança de Aécio. Conquistar Eduardo Campos como vice não muda muita coisa para nenhum dos dois.

Se o PIB vai ser pibinho ou pibão, também não é decisivo. A não ser que seja muito pibizinho ou muito pibizão.

Operação Lexotan

O escândalo dos laudos fraudulentos gerenciados no Gabinete da Presidência da República em São Paulo parece ter a dimensão de um novo mensalão. Só o tempo pode confirmar ou não essa previsão.

O que já está mais do que confirmado, entretanto, é que o epicentro do terremoto está localizado em Santos, mais especificamente no Porto. E que parece ter sido levantada a ponta de um tapete que esconde muita, mas muita sujeira mesmo.

Aqui mesmo neste DL, foi denunciada, faz alguns anos, uma manobra estranha relativa ao T-Sal que incluía impressionantes reversões de laudos do Tribunal de Contas da União TCU – e da Advocacia Geral da União – AGU .

Agora, AGU e TCU estão entre os organismos que fraudaram laudos por encomenda da quadrilha capitaneada pela chefe do tal gabinete. E em ilustres companhias. Todas as siglas que apitam nas questões portuárias estão flagradas: Ibama, Antaq, SEP e SPU.

Pode parecer surpreendente gente de patente tão graúda envolvida: a procuradora Suzana Fairbanks cita nominalmente o ex-ministro José Dirceu como “pessoa que tinha poder de decisão lá dentro do governo”.

Mas os “livros”, “exemplares” e “volumes”, palavras do código utilizadas para designar dinheiro de maneira cifrada nas conversas interceptadas pela Polícia Federal, estão em quantidade que justifica até a presença da “Mulher do Lula”, que é como o apresentador da Band, Ricardo Boechat chama Dona Rosemary, a chefe do tal gabinete, parafraseando a expressão “homem do presidente”, mas com duplo sentido embutido e evidente.

No Porto, há muita apreensão por causa dos próximos capítulos. O que ninguém, entretanto, pode alegar é surpresa. Depois das passagens de Michel Temer e Valdemar da Costa Neto pela Codesp, a casa até que demorou muito para cair.

O sorriso de Dona Benedita

Fiquei com o sorriso da mãe do Joaquim Barbosa na cabeça. Negra, cabelo branco puxado num coque à moda antiga na cabeça, roupa prateada de festa e… aquele sorriso.

Dona Benedita.

Não é difícil imaginar os pensamentos e lembranças que se embaralhavam na cabeça dela na cerimônia de posse do filho.

Joaquim é o mais velho dos oito irmãos. Nasceu na década de 50 em Paracatu, no interior de Minas Gerais. Pai pedreiro e mãe dona-de-casa.

A trajetória de Paracatu até a presidência do Supremo está entre as mais bonitas da

história do país. Para qualquer brasileiro, quase inacreditável. Para Dona Benedita, devia estar parecendo um sonho.

Devem ter desfilado na cabeça dela momentos doces desde a amamentação até aqueles de ver o filho dormindo e dar uma arrumadinha na coberta, outra no travesseiro e na saída, um beijo na testa.

Ela deve ter sentido de novo toda a angústia e toda a insegurança dos momentos da separação do marido, quando o adolescente Joaquim passou a trabalhar e ajudar a sustentar a mãe e os irmãos mais novos.

E o orgulho de ver o filho ali, falando do país e sendo aplaudido pela presidente Dilma e tantos doutores…

Joaquim Barbosa já tinha entrado para a história pelo julgamento do mensalão, um marco jurídico e político.

Ontem agradeceu com simplicidade à “minha mãezinha”.

E Dona Benedita lembrou do que deu ao filho: “oração”. “Ele lutou por conta própria” disse ela.

É difícil de saber para que deuses ou que santos Dona Benedita direcionou as preces pelo filho.

Mas é fácil imaginar que tipo de oração ela murmurava ontem com aquele sorriso iluminado no rosto: agradecimento.

Sua Excelência, a carga

O novo marco regulatório dos portos foi adiado mais uma vez. O anúncio deve ficar para a semana que vem, na volta da viagem da presidente Dilma. Mas sempre sujeito a novo adiamento.

Enquanto o marco não vem, a boataria corre solta. Nas últimas edições dessa novela na Rádio Peão, as mudanças são mais suaves do que as dos capítulos – ou melhor, fofocas – anteriores.

Pelo que se comenta nos corredores, os Conselhos de Autoridade Portuária e os Órgãos Gestores de Mão de Obra, agora permanecem. As companhias docas é que mudam de perfil. Mas nem é bom entrar muito nessa seara porque se trata de especulação pura.

Esse período a mais de incubação do novo marco pode ser aproveitado para um direcionamento que tem feito falta nas discussões: lembrar que a Sua Excelência, na atividade portuária, é a carga.

No cenário de navios, equipamentos sofisticados, trabalhadores e convivência internacional, essa realidade evidente muitas vezes é deixada de lado.

A carga é maltratada.

Não se trata só de fazer contêineres e granéis enfrentarem filas, falta de planejamento, greves…

O conceito de licitação de terminais é a mais perfeita tradução dessa falta de cuidado. Os leilões são decididos pela maior oferta ao governo. E é evidente que esse desembolso do empresário que vence a concorrência e passa a operar o terminal vai onerar a tarifa de movimentação.

Se a preocupação fosse a de mimar a carga, razão de ser do porto, o conceito deveria ser o de menor tarifa e não o de maior lance.

É essa distorção que fez com que a privatização tenha ajudado os portos brasileiros – o de Santos incluído – a conquistar avanços impressionantes na produtividade. Mas que não se refletiram no barateamento da operação, como seria natural.

No novo marco, a carga poderia ser tratada com mais carinho. O comércio internacional brasileiro agradeceria.

Escolhas

A vida é feita de escolhas. O dia começa assim: acordo ou durmo mais um pouco?

Na mesa, aqueles que brigam com a balança enfrentam dilemas terríveis todos os dias: como esse doce agora e começo a dieta só amanhã? Para o atleta que tem o objetivo de ser de ponta, a questão é a hora de parar a malhação:

Treino mais um pouquinho ou chega por hoje?”.

Tudo é escolha. Casar ou comprar uma bicicleta é só uma delas. Dizer o que penso para esse chefe desumano? Passar esse sinal que vai ficar no vermelho?

Nos desenhos animados essas indecisões às vezes são representadas por um anjinho soprando numa das orelhas e um diabinho na outra. Representação quase perfeita. Mas que não capta as nuances entre o sim e o não. O talvez…

Porque nem todas as decisões ficam tão claramente estabelecidas assim entre o bem e o mal.

Como já disse num verso o roqueiro Raul Seixas:

O início, o fim e o meio…”

Nem quente nem frio, nem vermelho nem azul, nem petista nem tucano.

Por falar em nem petista nem tucano, essa muitas vezes é uma opção apenas do primeiro turno. Você votou no PV ou no PSB, mas e aí, quando ficam só a Dilma e o Serra? Anula?

Nem tudo está em jogo numa decisão só. Geralmente a gente dramatiza diante dela. Parece que a vida está em jogo. Como na escolha de Sofia, que foi apresentada a uma questão com um conteúdo dramático insuportável: optar entre dois filhos qual deve seguir vivendo e qual deve ser sacrificado.

A sequência de escolhas é que determina a trajetória. Mesmo que em algumas você quebre a cara, o que é inevitável. Se tiver um foco, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. Ou pelo lado. Ou por baixo. Mas continua… Começa de novo…

Quem escolhe sem ter noção de onde quer chegar se comporta como uma criança que brinca de cabra-cega, tentando alcançar os parceiros de brincadeira com os olhos vendados.

Quanto mais a pessoa está preparada em relação a uma questão, melhor para escolher… Esse é um dos fatores que confere importância vital à educação.

Mas esse é um outro assunto que fica para um outro texto.

A escolha de hoje foi a de conversar com você sobre… escolhas.

Da Fórmula-1 ao ziriguidum

Dia desses ouvi um comentário de um adolescente ironizando um professor do Ensino Médio – colégio particular – por emitir opiniões sobre os assuntos mais diversos. “É impossível entender de tudo” dizia o aluno, “do Padre Donizete ao 007…”

O professor respondeu que usa o tempo livre para uma atividade em vias de extinção: a leitura.

Quem gosta de entender as questões antigas e atuais só tem mesmo esse caminho, o da leitura. Na verdade os documentários também representam uma alternativa.

Ler artigos de especialistas com visões diferentes – às vezes até opostas – das questões abordadas é sempre uma opção excelente para formar a opinião.

O problema é que os campos do conhecimento se multiplicaram, as questões ganharam uma enorme complexidade e fica muito difícil simplesmente acompanhar as notícias. Entender os processos, então, é quase uma missão impossível.

O jeito é selecionar alguns temas por ordem de importância para informação e entendimento.

Mas raríssimas pessoas fazem isso. Seres humanos contemporâneos vão garimpando informações daqui e dali, que vão da Fórmula-1 ao ziriguidum, e se transformam em especialistas em generalidades e superficialidades. Quando alguém vai além da superfície, como o professor que ainda lê, provoca espanto e incredulidade no aluno.

É complicado mesmo. Domingo li um artigo do Celso Ming, respeitado especialista em economia, que diz que para alcançar o crescimento sustentado o Brasil precisa de incentivos à poupança. Pois o governo Dilma, recheado de conhecedores e professores da área econômica, como Aloísio Mercadante, Guido Mantega e o decano Delfim Neto – que assessora a presidenta – quer porque quer esse crescimento sustentado e faz justamente o contrário: incentiva o consumo com essas reduções de impostos e facilitações de crédito.

Ou os economistas do governo estão fazendo lambança ou o articulista faz uma análise torta.

É difícil formar opinião, não é?

Avenida Brasil

O país parou na sexta-feira às nove da noite para assistir ao último capítulo da novela Avenida Brasil. Noveleiros assumidos se juntaram aos que saíram do armário e aos anti-noveleiros para surfar na onda da Carminha, do Tufão e da Nina. O contágio foi geral. Ganhou repercussão o fato de a presidenta Dilma ter alterado a agenda em função da novela na última semana.

Para autores, diretores e elenco, fica uma marca inesquecível na carreira. O sucesso é doce e inebriante. A Rede Globo conhece o público brasileiro e alcançou a excelência nesse negócio de produzir novelas. Estranhamente perdeu espaço no mercado internacional nos últimos anos. Talvez porque a temática tenha se aproximado mais de questões especificamente brasileiras e se afastado das universais.

Pão e circo, diziam no tempo dos romanos. Alimento e diversão constituíam a fórmula de manter o apoio da população ao esquema no poder.

Não mudou muita coisa nesse ponto do psiquismo humano. O circo ganhou aparato eletrônico. Futebol e novela dominam as conversas ao ponto do ex-presidente Lula ter dito que a população está mais preocupada com o Palmeiras, ameaçado de rebaixamento, do que com o julgamento do mensalão.

Comida, diversão e arte, pediam os Titãs na letra do concretista Arnaldo Antunes.

A novela tem esse status de arte? Se a discussão entrar nesse campo, não termina mais. Grandes atores e atrizes, sem dúvida. Grandes histórias. E a verdade é que a novela tem se aproximado de questões importantes como a corrupção, as características de algumas doenças, o avanço do homossexualismo…

Ainda sem a agudeza de filmes como Tropa de Elite. Mas tem colocado  questões reais, dentro do limite que a obrigação de abranger públicos de todos as faixas de idade e renda impõe.

As outras redes de televisão, para enfrentar essa excelência ainda têm de comer muito mingau. 

A eleição e o Porto

Márcio França tem influenciado decisões federais relativas ao Porto de Santos desde 2007. É atribuída ao deputado federal nada mais nada menos que uma parte da responsabilidade pela criação da Secretaria Especial de Portos. Teria sido ele que soprou no ouvido do ex-presidente Lula a idéia. Articulado com as empresas de operação, foi um dos negociadores do Reporto na Câmara, isenção tributária para aquisição de equipamentos que alterou radicalmente o cenário tecnológico portuário  em Santos e também em vários outros portos do Brasil. O ex-prefeito vicentino também influenciou a escolha de nomes para a direção da Codesp nesse período. A SEP está com o PSB, partido dele, desde a criação. 

João Paulo Papa aproximou Porto e Prefeitura de Santos no período entre 2005 e este ano. Criou a Secretaria Municipal de Assuntos Portuários e Marítimos. Foi tão bem-sucedido nessa iniciativa que o secretário Sérgio Aquino se tornou presidente do Conselho de Autoridade Portuária. Quando Aquino se afastou da presidência do CAP, no primeiro semestre, para se tornar candidato a prefeito, Papa emplacou outro secretário no cargo: o de Planejamento, Bechara Abdalla.

As urnas de domingo desmancharam esses dois arranjos.

O grupo político de Márcio França perdeu a Prefeitura de São  Vicente e de Peruíbe e deixou de ganhar em Itanhaém, onde tinha certeza de vitória. As derrotas eleitorais dos candidatos do PSB, Caio França, Milena Bargieri e Marcelo Strama, aniquilaram a base regional do deputado.

O grupo de Papa também implodiu, pelo menos momentaneamente.   Sérgio Aquino, o candidato do prefeito teve votação pouco expressiva e foi derrotado já no primeiro turno.

É difícil imaginar que o novo prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, tenha há argumentos suficientes para colocar um aliado na cadeira da presidência do CAP. Tucano, próximo do governador Alckmin, é considerado adversário pela aliança PMDB-PT que está no governo federal.

Márcio França, reduzido ao mandato, e também mais próximo de Alckmin do que de Dilma, também perde espaço no cais.

Será que a peemedebista Antonieta, favorita no segundo turno de Guarujá, e a petista Marcia Rosa, reeleita em Cubatão, vêm aí?

O efeito das greves na movimentação do Porto

Funcionários públicos federais travam uma queda de braço com o governo Dilma. Querem a manutenção da política salarial da Era Lula. Ou seja: reajustes acima da inflação. Mais precisamente, quase o dobro da média inflacionária dos dois mandatos. Dilma entende que essa política salarial não deve ser mantida por dois motivos:

  1. As perdas salariais já teriam sido repostas nesse período. Ou seja: não há necessidade da manutenção daquele sistema de reajustes.

  2. Existe uma crise financeira que abala a arrecadação. Ou seja: não há possibilidade também.

O resultado da divergência tem sido traduzido em greves. Como será que elas afetam os portos em geral e o de Santos em particular?

Algumas reportagens das últimas semanas abordaram filas de navios em alguns portos. No de Santos, quase uma centena de navios na barra, aguardando atracação.

Na verdade, a influência das greves nessa fila é muito menor do que essas reportagens fazem supor.

Uma das paralisações é a da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Desde que o início dessa greve, fala-se de prejuízos ao ritmo da movimentação de cargas nos portos. Na verdade, esse prejuízo, se existe, é mínimo. A parcela de trabalhadores que se mantém em atividade prevista na legislação: 30%, tem sido suficiente para exercer as duas atividades principais da Agência nos portos:

  1. Controle sanitário dos navios antes da atracação. Tarefa de alta responsabilidade por envolver a saúde pública. Um único tripulante infectado por doença transmissível pode provocar uma epidemia no país.

  2. Anuência na fiscalização de cargas que cabem a ela, como remédios de tarja preta e alimentos.

Muita gente costuma dizer, com razão, que a chuva prejudica muito mais que a greve. Isso porque o período é de escoamento da safra brasileira. E os granéis como soja e açúcar não são movimentados com chuva, que prejudica esse tipo de produto. E em junho e julho houve sequências de dias chuvosos que coincidiram com a greve da Anvisa.

É estranho que em pleno século 21 a chuva ainda atrapalhe tanto nos portos brasileiros. Mas vem novidade aí. A Cosan, mais importante empresa movimentadora de açúcar, está trabalhando tecnicamente em equipamentos para superar esse obstáculo da natureza à movimentação.

A outra greve é a dos funcionários da Receita Federal. Também neste caso, a porcentagem de 30% de funcionários trabalhando tem permitido a normalidade da operação. Aqui existe uma estimativa de que exista um atraso de 30 a 40 % nos prazos. O que demorava 5 dias, por exemplo, está demorando 7.

Preocupação muito maior dos setores ligados às atividades de comércio internacional é em relação a outra greve potencial: a dos funcionários do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Produção. Eles são responsáveis, entre outras fiscalizações, pela da madeira dos pallets (espécie de embalagem de alguns tipos de cargas) para detecção do besouro chinês.

Votação de MP importante

 O Senado volta se reunir nesta semana e a expectativa é de que a Medida Provisória que amplia a isenção tributária do Reporto seja votada. Entre os equipamentos que podem passar a receber a isenção estão os de controle de movimentação de cargas, os ambientais e os de VTMS.

Falta pão

A Polícia Militar de São Paulo parece atordoada pela sequência de golpes que vêm tomando dos bandidos. Bases são atacadas, ônibus incendiados e policiais assassinados. O estado de alerta, as interrupções de férias e os PMs da área administrativa reforçando a tropa de rua parecem insuficientes para enfrentar a crise.

Os líderes de países sul-americanos parecem atordoados diante do impeachment-relâmpago do presidente do Paraguai. Fernando Lugo foi derrubado institucionalmente do poder para o qual foi eleito em 30 horas. A oposição responsabiliza Lugo por um conflito entre policiais e camponeses com quase 20 mortes. Dilma Roussef, do Brasil, e Cristina Kirchner, da Argentina, estudam com outras lideranças sanções políticas e econômicas contra o Paraguai em crise. Mas parece impotente essa defesa externa da frágil democracia paraguaia.

Líderes do mundo todo parecem atordoados, também, diante da escalada da degradação ambiental. A Conferência Rio + 20 terminou sem nenhuma resolução firme sobra sustentabilidade, tema do encontro de 114 países, e sobre alternativas para proteção dos oceanos.

No plano interno da política, até o antes infalível ex-presidente Lula parece atordoado diante da quizumba do PT de São Paulo. A vice prometida, Erundina, se rebelou contra a aliança com Maluf e tirou o time de campo. E a senadora Marta Suplicy que queria ser a candidata petista e nunca engoliu a “novidade” Fernando Haddad, ungido por Lula, agora questiona abertamente a decisão que veio imposta ao partido, de cima para baixo.

No plano regional, todos os envolvidos, que são muitos, parecem, também, atordoados na questão da escala de trabalhadores avulsos no Porto de Santos. Ministério Público do Trabalho, sindicatos de trabalhadores e patronais, Órgão Gestor de Mão de Obra entram e saem de reuniões intermináveis e a confusão só faz aumentar. Será que os 60 dias determinados pelo Tribunal Regional do Trabalho serão suficientes para um acordo?

A sensação é a de que chegamos a uma época em que as minorias, com voz ativa nas redes sociais, não aceitam mais decisões tomadas pela maioria. Isso vale também para as leis que atualmente parecem feitas para ser desrespeitadas.

Ou então está valendo aquele velho ditado que diz que em casa onde falta pão todos gritam e ninguém tem razão.

Navegação de Posts