Horroroso futuro possível
A idéia deste texto era a de imaginar o futuro. Reunir algumas tendências atuais – individuais e coletivas – e desenhar um cenário possível em que elas tivessem se universalizado. Algumas coisa como os romances clássicos do século passado 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, só que de maneira bem resumida.
As mulheres nesse futuro teriam, todas, mamas turbinadas e cabelos lisos. Os homens teriam a potência sexual do Viagra pela vida toda. Os corpos teriam o desenho das lipoesculturas e cirurgias de redução de estômago. Não haveria mais tristeza e depressão pelo efeito de Prozacs, Lexotans e Cia Ltda. Os dentes seriam implantados e perfeitamente brancos. Os casais, de todas as combinações GLBTT e heteros, teriam a duração limitada a um período de prazer sexual. Todos seriam sexualmente “completos” como nos anúncios de garotas de programa. O conhecimento seria absolutamente superficializado e igual para todas as pessoas, podendo ser obtido a partir de um chip instalado no cérebro. As câmeras de observação abarcariam todos os ambientes…. As calçadas funcionariam como escadas rolantes e o ar condicionado seria o nipresente.
Nesse cenário, a profecia de Andy Warhol, dos 15 minutos de fama, teria se transformado em legislação. Todos se tornariam celebridades instantâneas como um Big Brother, a Rosemary Fogueteira da década de 90, a Preta Gil ou o Romarinho.
Um consórcio formado pela Rede Globo, a BBC de Londres, a CBS dos Estados Unidos e a Televisa mexicana teria eliminado a concorrência e estabelecido padrão único para os meios de comunicação.
Esse quadro de horrores não combina com a diversidade produzida pela reprodução humana, sexuada. Mas a manipulação genética e a fertilização in vitro já teriam resolvido essa questão.
É horrível. Mas é uma possibilidade concreta.