Regime de engorda liberado
Dilma Roussef bateu o martelo e Guido Mantega anunciou nesta semana medidas para estimular o consumo. Como quase sempre, a isenção de impostos beneficia o setor de veículos: automóveis, caminhões e ônibus.
Quando Lula adotou medidas parecidas contra a crise-marolinha, a indústria automobilística também foi a beneficiada. E os cigarros foram sobretaxados.
Reduzir imposto funciona para elevar o consumo de determinado produto. Aumentar, para inibir.
Essa gangorrinha tributária também pode servir para ampliar o nível de liberdade, defende o psicólogo Geoffrey Miller no livro Darwin Vai às Compras.
Aqui neste espaço do DL e do meu blog este conceito também já foi abordado algumas vezes.
É simples. A pessoa é livre para fumar que nem uma chaminé? É. Mas quem arca, depois, com o custo do tratamento das doenças de pulmão que ela vai contrair? O Sistema Único de Saúde? Resposta positiva significa que saiu dinheiro do bolso de todos, via impostos, para cobrir hospital, médicos e remédios.
Ou seja, a pessoa não é tão livre assim na hora de usar o isqueiro para acender o cigarro, o charuto, o cachimbo. Quem paga a conta depois tem o direito de questionar. Se o custo do tratamento está no imposto do cigarro, aí, não. Aí a liberdade do fumante passa a ser completa. Pode fumar o salário todo (dentro dos territórios permitidos pelo José Serra) que ninguém tem direito de reclamar.
A perseguição ao tabagista está ensaiando em se estender aos gordos. Obesidade já está na lista das doenças de saúde pública. Tem gente que já fala em epidemia. E o bulliyng e o preconceito avançam rapidamente contra o sobrepeso.
A solução para liberar geral os regimes de engorda talvez esteja em calcar imposto em cima da picanha, do joelho de porco e do brigadeirão.
Aí neguinho pode se entupir no rodízio da churrascaria que ninguém vai poder reclamar. Se algum chato arriscar, é só sacar a plaqueta do cardápio:
Ministério da Saúde adverte:
“Tratamento contra diabetes e hipertensão incluído no preço”.